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PT reage a embaixador de Israel e diz que ele não tem autoridade moral sobre direitos humanos

“Todos têm direito a defender seu povo, mas a busca por justiça não se confunde com vingança nem pode se dar por meio da Lei de Talião”

Redação Jornal de Brasília

17/10/2023 20h01

Foto: Reprodução/ Canva

MARIANNA HOLANDA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O PT disse, nesta terça-feira (17), que o embaixador de Israel, Daniel Zonshine, não tem autoridade moral para falar de direitos humanos, e que justiça não se confunde com vingança.

A nota, assinada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e pelo secretário de Relações Internacionais, Romênio Pereira, ocorre como reação a uma fala da representante israelense crítica ao posicionamento da legenda a respeito do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

“Quem representa no Brasil o governo que fez um ataque desta natureza [hospital na Faixa de Gaza] não tem autoridade moral para falar em direitos humanos”, afirmou o partido do presidente Lula, em nota.

“Todos têm direito a defender seu povo, mas a busca por justiça não se confunde com vingança nem pode se dar por meio da Lei de Talião”, completou, em referência à máxima de “olho por olho, dente por dente”.

O PT faz referência a um ataque a hospital nesta terça-feira, na Cidade de Gaza, que deixou ao menos 500 mortos, segundo o Ministério da Saúde local.

Os palestinos acusam Israel do ataque, mas as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), por sua vez, negam e dizem tratar-se de um ataque ao disparo fracassado de um foguete da facção Jihad Islâmico. O episódio se desenha como o mais mortal na região desde o início da atual guerra no Oriente Médio.

Os petistas dizem ainda que a nota do embaixador é ataque injustificável ao partido e “uma atitude inaceitável por parte de quem tem a responsabilidade de representar no Brasil um país amigo”.

Daniel Zonshine se manifestou, horas antes da nota assinada por Gleisi, nesta terça, criticando um posicionamento da véspera do partido.

“Qualquer pessoa que pense que o assassinato bárbaro, a violação e a decapitação de pessoas é uma posição política, ou que se trata apenas de uma luta política legítima, possui uma extrema falta de compreensão da atual situação”, diz a nota israelense.

“É muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos”, completou.

Em reunião na segunda-feira (16), o diretório nacional do PT aprovou resolução que condena os ataques do Hamas contra civis, ao mesmo tempo em que acusa Israel de cometer genocídio contra a população de Gaza.

O partido também reforça o fato de que não tem ligação com o grupo responsável pela ofensiva contra Israel no último dia 7, afirmando que seus únicos laços são com a Organização para a Libertação da Palestina e com a Autoridade Nacional Palestina, que administra partes da Cisjordânia.

O documento não chama o Hamas de entidade terrorista, em linha com a posição da diplomacia brasileira. Também não se refere aos atos do grupo palestino como “terroristas”.

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