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Prêmio Nobel da Economia sai para americana Claudia Goldin

Ela foi distinguida por “ter feito avançar nossa compreensão dos resultados das mulheres no mercado de trabalho”

Redação Jornal de Brasília

09/10/2023 7h59

A americana Claudia Goldin foi agraciada, nesta segunda-feira (9), com o Prêmio Nobel de Economia por seus estudos sobre a evolução do papel das mulheres no mercado de trabalho.

A professora de Harvard, de 77 anos, terceira mulher a ganhar este prêmio, foi distinguida por “ter feito avançar nossa compreensão dos resultados das mulheres no mercado de trabalho”, anunciou o júri em Estocolmo.

“As pesquisas de Claudia Goldin nos deram uma visão nova e, com frequência, surpreendente sobre o papel histórico e contemporâneo das mulheres no mercado de trabalho”, acrescentou.

Em escala mundial, cerca de 50% das mulheres participam do mercado de trabalho, contra 80%, no caso dos homens. Elas ganham menos “e têm menos opções de chegar ao topo da carreira”, disse Randi Hjalmarsson, membro do comitê do Nobel.

“Claudia Goldin foi buscar nos arquivos e coletou mais de 200 anos de dados relativos aos Estados Unidos, o que lhe permitiu mostrar como e por que as diferenças de renda e na taxa de emprego entre homens e mulheres evoluíram com o tempo”, acrescentou Hjalmarsson.

No ano passado, o prêmio foi para Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), e seus compatriotas Douglas Diamond e Philip Dybvig, por seus trabalhos sobre os bancos e seus resgates necessários em tempos de crise financeira.

Até então, apenas duas mulheres haviam conquistado o Prêmio Nobel de Economia: a americana Elinor Ostrom (2009) e a franco-americana Esther Duflo (2019).

O prêmio mais jovem

O Prêmio Nobel de Economia – como é conhecido o Prêmio de Ciências Econômicas do Banco da Suécia em Memória de Alfred Nobel, atribuído pela primeira vez em 1969 – é o único dos prêmios que não foi previsto no testamento do filantropo.

Ele foi somado, bem depois, aos cinco prêmios tradicionais – Medicina, Física, Química, Literatura e Paz -, o que lhe valeu o apelido de “falso Nobel”.

Em 1968, por ocasião de seu tricentenário, o Banco Central da Suécia, o mais antigo do mundo, criou um prêmio de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel, e pôs à disposição da Fundação Nobel uma quantia anual equivalente ao montante dos outros prêmios.

Para os vencedores deste ano, o cheque será de 11 milhões de coroas, o equivalente a quase um milhão de dólares (5,15 milhões de reais na cotação do dia).

O mais prestigioso dos Prêmios Nobel, o da Paz, foi atribuído na sexta-feira à ativista iraniana dos direitos humanos Narges Mohammadi.

As premiações de 2023 se completam com o dramaturgo norueguês Jon Fosse (Literatura); Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov (Química), por seu trabalho com nanopartículas; Anne L’Huillier, Pierre Agostini e Ferenc Krausz (Física), especialistas em movimentação de elétrons; e Katalin Kariko e Drew Weissman (Medicina), por seus trabalhos sobre a vacina de RNA mensageiro.

Confira abaixo os ganhadores do Prêmio Nobel de Economia, nas últimas dez edições:

  • 2023: A americana Claudia Goldin, pelos estudos sobre o papel das mulheres no mercado de trabalho.
  • 2022: Os americanos Ben Bernanke, Douglas Diamond e Philip Dybvig, por seu trabalho sobre crises financeiras e bancos.
  • 2021: David Card (Estados Unidos/Canadá), Joshua Angrist (Estados Unidos/Israel) e Guido Imbens (Estados Unidos/Holanda), por sua pesquisa sobre mercado de trabalho, imigração e educação.
  • 2020: Os americanos Paul Milgrom e Robert Wilson, por terem “melhorado a teoria dos leilões e inventado novos formatos de leilão”, em benefício de vendedores e compradores.
  • 2019: Esther Duflo (França/Estados Unidos) e os americanos Abhijit Banerjee e Michael Kremer, por seus trabalhos sobre a redução da pobreza no mundo.
  • 2018: Os americanos William Nordhaus e Paul Romer, por terem modelado as virtudes e desvantagens da atividade econômica sobre o clima
  • 2017: Richard H. Thaler (Estados Unidos), por seu trabalho sobre os mecanismos psicológicos e sociais que intervêm nas decisões dos consumidores e dos investidores.
  • 2016: Oliver Hart (Reino Unido/Estados Unidos) e Bengt Holmström (Finlândia), teóricos dos contratos.
  • 2015: Angus Deaton (Reino Unido/Estados Unidos), por sua análise sobre consumo, pobreza e bem-estar.
  • 2014: Jean Tirole (França), por sua análise do poder dos mercados e da regulação.

© Agence France-Presse

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