Menu
Mundo

Por que demorou 50 anos para a Nasa voltar à Lua? Agência lançou Missão Artemis 1 nesta quarta

A agência espacial quer não apenas levar seres humanos novamente para lá, incluindo a primeira mulher, mas estabelecer uma base lunar

FolhaPress

16/11/2022 19h26

Astronaut Edwin E. Aldrin, Lunar Module (LM) pilot, stands beside the Solar-Wind Composition (SWC) Experiment,facing the camera. The LM is visible behind Adrin. Linear trails (lines) in the right foreground were formed by the cable of the surface television camera. The cable is visible on the lunar surface. Image taken at Tranquility Base during the Apollo 11 Mission. Original film magazine was labeled S. Film Type: Ektachrome EF SO168 color film on a 2.7-mil Estar polyester base taken with a 60mm lens. Sun angle is Medium. Tilt direction is Southeast (SE).

Marcella Duarte
São Paulo, SP

A Nasa fez história na madrugada desta quarta-feira (16), ao lançar com sucesso o enorme foguete SLS (Space Launch System ou Sistema de Lançamento Espacial) em direção à Lua, na primeira missão do programa Artemis.

Algo que não acontecia há quase 50 anos – em dezembro de 1972, foi realizada a Apollo 17, última viagem do icônico programa que levou um total de 12 homens para caminhar em nosso satélite.

A agência espacial norte-americana agora está mais ambiciosa: quer não apenas levar seres humanos novamente para lá, incluindo a primeira mulher, mas estabelecer uma base lunar e abrir caminho para a exploração de Marte.

Esta primeira etapa não é tripulada e nem pousará na Lua; é uma viagem de 25 dias da cápsula Orion, ao redor de nosso satélite e de volta à Terra, para testar a tecnologia. Na próxima, Artemis 2, será repetido o mesmo processo, mas com astronautas a bordo.
Só na terceira missão, prevista para 2025, devemos pousar e pisar na Lua novamente.

“Vamos voltar à Lua depois de 50 anos, para ficar, aprender, trabalhar, criar, desenvolver novas tecnologias e novos sistemas e novas espaçonaves para ir a Marte”, disse o administrador da Nasa, Bill Nelson. “Esta é uma tremenda guinada da história.”
Mas por que vai demorar mais de meio século para voltarmos?

Os primeiros homens a pisarem na Lua foram Neil Armstrong e Buzz Aldrin, na missão Apollo 11, em 1969. O feito aconteceu em meio à Guerra Fria, quando os Estados Unidos e a então União Soviética disputavam a hegemonia mundial, e a corrida espacial foi uma de suas facetas.

Não se poupava esforços ou recursos para demonstrar poder. Chegar na Lua foi um marco importante para o imaginário popular – os EUA foram considerados “vencedores”, apesar de o programa espacial soviético ser mais inovador e avançado.

Depois da Lua, as atenções se voltaram para as estações espaciais; e foram os soviéticos que “ganharam” essa batalha, com décadas de vantagem, posteriormente muito contribuindo para a instalação da ISS (Estação Espacial Internacional).

Com a dissolução da União Soviética e o fim da Guerra Fria, surgiu um pacto de cooperação com a Rússia para exploração do universo – que foi abalado recentemente pela guerra na Ucrânia.

Assim, a principal razão pela qual demorou tanto para a Nasa lançar um novo programa lunar tem menos a ver com ciência ou tecnologia: faltou vontade política e orçamento.

A concorrência também estimulou a agência norte-americana. A Índia, o Japão, a Rússia e, principalmente, a China, têm suas próprias missões em curso. E, como nos velhos tempos, os EUA querem se manter à frente nesta nova era da exploração espacial.

Com a evolução das tecnologias, agora há outros motivos para se voltar à superfície lunar. A Nasa quer fazer mais do que as breves visitas e coletas de amostras da era Apollo: quer estabelecer uma presença humana constante, incluindo a construção de uma base na Lua e de uma pequena estação em sua órbita.

A meta é que toda a estrutura e experiência também permitam viagens tripuladas a Marte, inicialmente previstas para o final da década de 2030. Nosso satélite serviria como um ponto de parada e reabastecimento neste longo trajeto.

Alguns analistas, porém, já enxergam o preço de US$ 93 bilhões do programa Artemis, incluindo US$ 4,1 bilhões para cada um dos primeiros lançamentos, como insustentável. O programa já está bilhões de dólares acima do orçamento, além de muitos anos atrasado.

PRÓXIMAS MISSÕES

Artemis 2: Em 2024, a jornada deve ser repetida com quatro astronautas a bordo. Eles farão “apenas” um sobrevoo de dez dias, dando uma volta até o lado oculto da Lua, a cerca de 400 mil quilômetros da Terra (o mais distante no espaço profundo que qualquer ser humano já foi).

Artemis 3: Em 2025, finalmente, o objetivo é “alunissar” (aterrissar na Lua) e desembarcar a tripulação no polo Sul, um local diferente e mais desafiador do que os visitados durante o programa Apollo. Nenhuma pessoa, nem sequer uma missão robótica, já pousou lá.

Futuro: bem-sucedido e com verbas, a etapa seguinte do programa Artemis é instalar o “Lunar Gateway”, que orbitaria nosso satélite e serviria de ponto de apoio para missões (uma Estação Espacial em miniatura). Em parceria com outras agências empresas privadas, como a SpaceX, a Nasa também pretende estabelecer um “acampamento” – uma base permanente em solo.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado