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Peru: a cronologia de uma nova crise política

Tudo começou no dia 7 de dezembro de 2022, quando o presidente Castillo, de 53 anos, anunciou a dissolução do Congresso

Redação Jornal de Brasília

30/01/2023 12h08

Foto: Lucas AGUAYO / AFP

O Peru vem sendo afetado por protestos após a destituição do presidente do país, o esquerdista Pedro Castillo, em 7 de dezembro, após uma tentativa fracassada de autogolpe.

7 de Dezembro: aposta pela dissolução do Congresso

Em 7 de dezembro, Castillo, de 53 anos, anuncia a dissolução do Congresso.

O anúncio ocorreu horas antes de o Parlamento debater uma terceira tentativa de impeachment contra ele.

A vice-presidente do Peru, Dina Boluarte, denunciou Castillo por tentativa de “golpe de Estado”.

7 de dezembro: impeachment, vice assume

Os congressistas ignoram a tentativa de Castillo de dissolver o Congresso e votam por esmagadora maioria por destituí-lo do cargo por “incapacidade moral” para exercer o poder.

Castillo é detido, acusado de “rebelião”.

Boluarte, uma advogada de 60 anos, se torna a primeira presidente mulher do Peru.

A nova presidente diz que tem a intenção de cumprir o restante do mandato de Castillo, até julho de 2026.

Centenas de manifestantes, alguns a favor e outros contra o presidente deposto, tomam as ruas de Lima.

8 de dezembro: Suprema Corte

Os Estados Unidos elogiam o Peru por garantir a “estabilidade democrática” e se comprometem a trabalhar com Boluarte.

Castillo se apresenta à Suprema Corte por videoconferência. O juiz ordena que ele permaneça em prisão preventiva.

10 de dezembro: aumento das manifestações

As manifestações a favor de Castillo aumentam em todo o país com bloqueios de estradas e queima de pneus.

Boluarte apresenta um novo gabinete de perfil tecnocrático e independente, chefiado pelo ex-procurador Pedro Angulo.

11 de dezembro: dois manifestantes mortos –

Os protestos se tornam sangrentos depois que duas pessoas morrem e pelo menos cinco ficam feridas em Andahuaylas (sul) quando manifestantes tentam tomar o aeroporto da cidade.

Os protestos aumentam, em especial em cidades andinas e do norte do país.

12 de dezembro: sete mortos em dois dias

Boluarte decreta 30 dias de estado de emergência em algumas regiões do país.

Centenas de manifestantes bloqueiam temporariamente a pista do aeroporto de Arequipa, a segunda cidade do país.

13 de dezembro: Castillo permanece preso

O serviço de trens entre a cidade de Cusco e a cidadela inca de Machu Picchu é suspenso.

Os procuradores pedem que Castillo seja mantido em prisão preventiva por 18 meses.

Manifestantes radicais e policiais se enfrentam em Lima, enquanto sindicatos agrários e indígenas iniciam uma “greve por tempo indeterminado”, exigindo eleições gerais.

14 de dezembro: antecipar as eleições

O governo de Boluarte declara estado de emergência em nível nacional por 30 dias.

20 de dezembro: aprovação parlamentar

O Parlamento aprova antecipar as eleições para abril de 2024. Prevê que Dina Boluarte ceda seu posto em julho de 2024 ao vencedor das eleições presidenciais.

10 de janeiro : investigação por “genocídio”

O Ministério Público decide abrir uma investigação por “genocídio” contra Boluarte e várias outras autoridades pela repressão às manifestações.

19 de janeiro : violência nas ruas

Violentos confrontos eclodem no centro da capital durante uma grande manifestação.

Os protestos se estendem a outras partes do país. Distúrbios levam ao fechamento do complexo turístico de Machu Picchu, a cidadela inca, que passa a abrir somente nos finais de semana.

No dia 24, Lima é palco das manifestações mais violentas desde o início da crise.

Dois dias depois o governo determina que a polícia e o Exército desbloqueiem as vias.

Em 28 de janeiro, o Parlamento rejeita uma nova proposta de Dina Boluarte de antecipar as eleições para o final de 2023.

Neste dia, a primeira morte é registrada em Lima em novos confrontos que elevaram a 48 o total de mortos.

© Agence France-Presse

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