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O que espera Boris Johnson?

Em comparação, seu salário anual como parlamentar depois de Downing Street (84 mil libras ou 498 mil reais) parece pouco

Redação Jornal de Brasília

29/08/2022 15h41

Boris Johnson, em seus últimos dias como primeiro-ministro britânico, não precisa se preocupar com o futuro. Como celebridade política, excelente orador e escritor, seus ganhos parecem garantidos quando deixar Downing Street. Por enquanto, aos 58 anos, continuará sendo parlamentar.

Ele que chegou a considerar seu salário de primeiro-ministro (164 mil libras ao ano, equivalente a 973 mil reais) insuficiente para seu estilo de vida, pode agora ficar bilionário se escrever suas memórias e entrar para o circuito internacional de palestrantes, como fizeram outros ex-lideres internacionais.

Suas memórias poderiam lhe render milhões e cada palestra cerca de 100 mil dólares nos Estados Unidos, explica à AFP Mark Cowne, diretor da agência Kruger Cowne, que representa “talentos” como o cofundador da Apple, Steve Wozniak, Richard Branson da Virgin, a cantora Cher e o músico e ativista Bob Geldof.

Em comparação, seu salário anual como parlamentar depois de Downing Street (84 mil libras ou 498 mil reais) parece pouco.

No Reino Unido, no entanto, será “difícil de vender”, considera Cowne, apontando as opiniões sobre Johnson, um inconveniente para o mercado que costuma pagar muito bem a seus palestrantes.

No circuito internacional, foi “primeiro-ministro ao mesmo tempo que Trump”, resume. E é uma “celebridade”. Mas aqui também é provável que tenha “altos e baixos” devido às fortes reações que provoca, disse Cowne.

A ex-primeira ministra Theresa May “não teve exatamente um bom desempenho” nos Estados Unidos, afirma, ao contrário de Tony Blair, muito conhecido do outro lado do Atlântico por suas relações com Bill Clinton e George W. Bush.

Menos carismática que Johnson, May cobra entre 38 mil e 80 mil libras por discurso desde que deixou Downing Street em 2019, segundo o registro de interesses financeiros dos parlamentares.

Antes de chegar ao poder, Johnson cobrava uma média de entre 25 mil e 40 mil libras por uma apresentação de duas horas.

O Daily Telegraph o pagava 22.916 libras mensais por uma coluna semanal à qual, estima-se, ele dedicava 10 horas de trabalho por mês, segundo o mesmo registro.

“Hasta la vista, baby”

O Daily Mail, um jornal leal a Johnson, lhe ofereceu uma coluna quando ele deixar Downing Street.

Em seu tempo livre, Johnson, que tem dois filhos pequenos com sua terceira esposa Carrie, de 34 anos, também poderá escrever o livro sobre Shakespeare pelo qual recebeu uma grande adiantamento em 2015 e ainda não o concluiu. Até a data de hoje, o político não falou nada sobre seu planos.

Mas sua famosa “hasta la vista, baby” (a célebre frase de Arnold Schwarzenegger no filme “O Exterminador do Futuro 2”) durante sua última sabatina na Câmara dos Comuns em 20 de julho deu muito o que falar, já que alguns a entenderam como uma ameaça de retorno. Também declarou “missão cumprida, por enquanto”.

Para alguns, ele quis dizer que não foi seu último capítulo na política, depois de ter anunciado a contragosto sua renúncia em 7 de julho, pressionado por uma rebelião em seu partido, enquanto acreditava que ainda tinha uma tarefa “colossal” a cumprir.

© Agence France-Presse

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