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O que é um furão-texugo, possível vetor do coronavírus?

Em seu relatório, os especialistas mencionam na página 96 uma lista de animais que podem ter desempenhado o papel de vetor

Redação Jornal de Brasília

29/03/2021 11h14

Os especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) suspeitam de que o furão-texugo seja um dos possíveis intermediários na transmissão do coronavírus dos morcegos aos humanos, mas quem é este animal pouco conhecido?

Em seu relatório, os especialistas mencionam na página 96 uma lista de animais que podem ter desempenhado o papel de vetor, entre gatos, coelhos, visons, até espécies menos comuns como pangolins.

O relatório também cita a civeta e o furão-texugo, duas espécies que eram portadoras do SARS no início dos anos 2000 na província chinesa de Cantão (sul).

Como explicar seu nome?

O nome do furão-texugo é autoexplicativo.

É um membro dos mustelídeos (‘Mustelidae’), a família de mamíferos que inclui doninhas, texugos, furões, lontras e visons.

Com um comprimento de cerca de 33-43 centímetros e corpo longo, é semelhante aos furões. Seu peso é de 1kg a 3kg.

No entanto, também tem manchas brancas na cabeça e uma listra no dorso, características comuns de várias espécies de texugos.

O furão-texugo se parece com uma civeta das palmeiras que, apesar de não ser um mustélido, foi identificada como um vetor entre os morcegos e os humanos no surto do SRAS de 2003.

O furão-texugo tem cinco subespécies identificadas: de Bornéu, China, Java, Mianmar e Vietnã.

Onde se encontra?

A subespécie chinesa – ‘Melogale moschata’ – é a mais difundida e pode ser encontrada até no estado indiano de Assam, no sul da China, ou na ilha de Taiwan.

Possui diversos hábitats e se encontra nas florestas subtropicais e nas pastagens.

Como é?

É mais ativo ao entardecer e durante a noite, possui uma dieta onívora de sementes, frutos e nozes, além de insetos, minhocas e pequenos anfíbios.

Suas garras afiadas permitem que suba e durma nas árvores.

Também se defende das ameaças, emitindo uma secreção de cheiro forte pelas glândulas anais quando está em pânico

Está em risco de extinção?

Não, atualmente está na categoria “menos afetados” da Lista Vermelha da ONU.

Apesar das caças pela sua pele, o furão-texugo não está submetido a nenhuma pressão.

Ao contrário de muitas espécies, adapta-se muito bem à presença humana em seu hábitat.

Um estudo dos furões-texugo realizado em meados da década de 1990 perto de uma cidade no sudeste da China mostrou que os animais costumam usar as pilhas de lenha e de pedras para descansar e caçam para comer em campos de arroz, soja, algodão, ou grama.

Os fazendeiros geralmente apreciam esses animais, porque eles acabam com as pragas e não costumam atacar galinhas, ou o gado.

© Agence France-Presse

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