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‘Não estamos pedindo a lua’, diz ONU ao reivindicar ‘cessar-fogo humanitário’ em Gaza

Em 28 de outubro, a ONU aprovou uma resolução para pedir uma “trégua humanitária imediata” no conflito entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas

Redação Jornal de Brasília

17/11/2023 16h38

Foto: SAID KHATIB / AFP

Um “cessar-fogo humanitário” é necessário para que se possa levar ajuda às 2,2 milhões de pessoas presas no conflito israelense-palestino em Gaza, instou nesta sexta-feira (17), na Assembleia-Geral da ONU, Martin Griffiths, subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da organização.

“Chamem como quiserem, mas o requisito, de um ponto de vista humanitário, é simples: deter os combates para que os civis possam se deslocar com segurança”, disse o funcionário durante uma sessão informativa sobre a situação na Faixa de Gaza.

Em 28 de outubro, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução para pedir uma “trégua humanitária imediata” no conflito entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.

“É preciso mantê-la pelo maior tempo possível, para facilitar uma resposta humanitária sem travas”, defendeu Griffiths ao apresentar um plano de 10 pontos. “Deem à população de Gaza um alívio das coisas horríveis que lhes foram impostas nestas últimas semanas.”

Também pediu que o Hamas liberte “sem condições todos os reféns” que capturou durante seus ataques “brutais, desumanos” em 7 de outubro em Israel, que deixaram 1.200 mortos, segundo as autoridades israelenses.

Desde então, a retaliação militar israelense contra Gaza deixou 12.000 mortos, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o último balanço do grupo islamista.

Entre os 10 pontos exigidos pela ONU, destacam-se um fluxo contínuo de ajuda, mais pontos de acesso a Gaza, em particular o de Kerem Shalom, por onde entrava 60% dos bens antes do início das hostilidades. Atualmente, o único ponto acessível é o de Rafah, na fronteira com o Egito.

Além disso, exigiu combustível, essencial para distribuir a ajuda humanitária e manter “as pessoas vivas”.

Outros requisitos incluem a criação de centros de distribuição, acesso seguro e sem obstáculos para organizações humanitárias, melhorar as comunicações, áreas seguras para civis, aumentar os refúgios para desabrigados e financiamento para esta operação, avaliada em cerca de 1,2 bilhão de dólares (5,87 bilhões de reais).

“Não estamos pedindo a lua. Pedimos medidas básicas necessárias para satisfazer as necessidades essenciais da população civil e deter o andamento desta crise”, disse Griffiths.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou, por sua vez, que a “atual proposta israelense da chamada Zona Segura é insustentável” porque não é “segura nem viável para o número de pessoas que precisam”.

“Muitos civis não estão em condições de acatar as instruções das forças israelenses de se deslocar para outro lugar diante do bombardeio iminente” das áreas em que moram, lembrou.

© Agence France-Presse

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