A presidente do México, Claudia Sheinbaum advertiu, nesta segunda-feira (24), que se as forças de segurança peruanas invadirem a embaixada mexicana em Lima para capturar a ex-primeira ministra Betssy Chávez, estarão violando as leis internacionais.
O governo mexicano respondeu desta maneira ao mandatário peruano José Jerí, que em uma entrevista publicada no domingo disse estar aberto “a todo tipo de possibilidades” para capturar a ex-funcionária.
Isso “violaria todas as leis internacionais (…) Uma intervenção na embaixada estaria fora de toda a norma”, disse Sheinbaum quando perguntada sobre a crise com Lima. Em 3 de novembro, o Peru anunciou a ruptura das relações com o México após considerar que o asilo à ex-primeira ministra é um ato de interferência em seus assuntos internos.
“O direito ao asilo desta mulher (Chávez) é o direito ao asilo reconhecido pelas leis internacionais de direitos humanos. E a violação (dele) seria muito grave”, acrescentou a mandatária ao fazer um apelo para privilegiar o diálogo.
Na sexta-feira, o Poder Judiciário peruano emitiu um mandado de prisão internacional contra Chávez, acusada de ter participado da tentativa de golpe de Estado do ex-presidente Pedro Castillo em dezembro de 2022.
Ao contrário de Jerí, o primeiro ministro Ernesto Álvarez afirmou que o Peru “respeita o direito internacional” e a imunidade diplomática, enquanto o Ministério das Relações Exteriores do México assegurou na sexta-feira que recebeu garantias da inviolabilidade de sua sede em Lima.
Em abril de 2024, o México rompeu relações com o Equador depois que forças policiais e militares invadiram sua embaixada em Quito para capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, que havia recebido refúgio.
AFP