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Macron diz que nada está decidido, e Le Pen promete unir França se eleita

Às 21h45 Macron subiu ao palco para se dirigir a uma entusiasmada plateia no centro de exposições Porte de Versailles

FolhaPress

10/04/2022 19h31

Michele Oliveira
Milão, Itália

O líder da França, Emmanuel Macron, pediu aos cidadãos neste domingo (10), dia do primeiro turno das eleições presidenciais no país, que bloqueiem a chegada ao poder da sua opositora de ultradireita, Marine Le Pen, quando os dois se enfrentarem no segundo turno, em 24 de abril.

Às 21h45 Macron subiu ao palco para se dirigir a uma entusiasmada plateia no centro de exposições Porte de Versailles, em Paris, depois de obter mais votos do que sua oponente. Ele disse que “nada está decidido” ainda e prometeu que trabalhará para convencer todos os eleitores, incluindo aqueles que se abstiveram ou votaram em candidatos de extrema direita e extrema esquerda, a votar nele.

Sua fala durou 15 minutos. Se eleito, afirmou, vai levar adiante seu projeto de uma França independente, dentro de uma Europa forte, sem populismo e sem xenofobia.

Macron agradeceu a todos os candidatos derrotados, menos sua adversária, e afirmou que o único projeto crível sobre o poder de compra, que virou o tema central desta campanha, é o seu. “Sei que alguns votarão em mim para barrar a extrema direita, e não para apoiar meu projeto. Eu respeito isso”, disse.

Antes, por volta das 20h30, Le Pen subiu ao palco do pavilhão Chesnaie du Roy, no parque Floral, em Paris, onde seus apoiadores comemoravam, para agradecer aos eleitores que viram ela como a mais qualificada para derrotar Macron.

Em seu próprio discurso triunfante, Le Pen procurou capitalizar o sentimento anti-Macron após os protestos contra o governo dos coletes amarelos e o classificou como divisivo e polarizador, prometendo costurar uma “França dilacerada” se for eleita.

“O segundo turno será uma escolha fundamental entre duas visões opostas: ou divisão e desordem, ou a mobilização do povo francês em torno da justiça social”, disse. Ela convocou todos aqueles que não votaram em Macron para se juntarem a ela.

De acordo com os números da Ipsos, divulgados após o fechamento das urnas (às 20h de Paris, 15h em Brasília), o presidente centrista tem 28% dos votos, ante 23,2% da candidata da ultradireita. Em terceiro lugar, vem o ultraesquerdista Jean-Luc Mélenchon, com 21,7%.

O segundo turno vai reeditar as eleições de 2017, em que Macron, 44, enfrentou Le Pen, 53. No primeiro turno de 2017, Macron obteve 8,6 milhões de votos, com 24% dos válidos, enquanto Le Pen somou 7,7 milhões, com 21%. Pesquisa divulgada neste domingo, também da Ipsos, aponta vitória de Macron por 54% a 46% no segundo turno. Em 2017, ele derrotou Le Pen por 66% a 34%. A última vez que um presidente francês conseguiu a reeleição foi há 20 anos, com o conservador Jacques Chirac.

Cerca de 49 milhões de eleitores estavam habilitados a ir às urnas, mas a abstenção é estimada em 26%, mais alta do que há cinco anos, quando atingiu 22,2% –na França, o voto não é obrigatório. A abstenção neste domingo só não é maior que a registrada em 2002, quando a taxa foi de 28,4%.

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