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Líderes europeus viajam para Kiev em meio a bombardeios russos

A visita foi mantida sob absoluto segredo e foi anunciada apenas depois que o trem que transportava os líderes para Kiev cruzou a Ucrânia

Redação Jornal de Brasília

15/03/2022 9h22

Líderes de três países europeus anunciaram que vão visitar Kiev, em meio aos intensos bombardeios russos à capital ucraniana, para encontrar o presidente Volodmir Zelenski, em uma demonstração de apoio à resistência do país nesta terça-feira, 15.

O primeiro-ministro tcheco Petr Fiala e o polonês Mateusz Morawiecki anunciaram planos para a visita, dizendo que eles e Janez Jansa da Eslovênia se encontrariam com o presidente da Ucrânia. O escritório de Zelenski confirmou os planos, no que deve configurar a primeira visita de líderes estrangeiros à capital ucraniana desde o início da invasão russa.

De acordo com o assessor do premiê polonês Mateusz Morawiecki, Michal Dwoczyk, a delegação já cruzou a fronteira polaco-ucrânia e estava indo para Kiev de trem, no que o líder polonês disse ser uma missão histórica.

“É nosso dever estar onde a história é forjada. Porque não é sobre nós, mas sobre o futuro de nossos filhos que merecem viver em um mundo livre de tirania”, disse Morawiecki.

“O objetivo da visita é confirmar o apoio inequívoco de toda a União Europeia à soberania e independência da Ucrânia”, disse Fiala, acrescentando que os três líderes apresentarão um amplo pacote de apoio à Ucrânia.

A visita foi mantida sob absoluto segredo e foi anunciada apenas depois que o trem que transportava os líderes para Kiev cruzou para a Ucrânia na manhã desta terça.

A Polônia vem pedindo uma resposta mais forte da UE à invasão russa desde o início do mês passado, inclusive oferecendo a adesão da Ucrânia ao bloco. Zelenski também pediu que seu país se junte ao bloco, embora isso envolva um longo processo que pode levar até uma década.

A guerra da Rússia na Ucrânia colocou a Polônia em uma posição crítica, com o país absorvendo um número crescente de militares americanos e se tornando um ponto de trânsito de armas e ajuda humanitária para a Ucrânia.

O país também está hospedando mais refugiados ucranianos do que qualquer outro país europeu – pelo menos 1,5 milhão – e muitos estão hospedados nas casas de famílias polonesas em vez de campos de refugiados.

Bombardeios intensos

A visita ocorre enquanto combates ferozes continuam em toda a Ucrânia, inclusive na capital sitiada, alvo de constantes disparos da artilharia russa. Nesta terça, um ataque com mísseis atingiu um prédio residencial, matando pelo menos duas pessoas, segundo autoridades ucranianas.

O bombardeio provocou um grande incêndio, mobilizando um esforço frenético de resgate em um prédio de 15 andares em um distrito oeste da cidade. Pelo menos uma pessoa morreu na explosão.

As ondas de choque de uma explosão também danificaram a entrada de uma estação de metrô no centro da cidade que foi usada como abrigo antiaéreo.

Um toque de recolher será imposto na capital ucraniana, Kiev, a partir das 20h (15h em Brasília) na terça-feira até às 07h (02h em Brasília) na quinta-feira, anunciou o prefeito Vitali Klitschko. “É proibido circular pela cidade sem permissão especial, exceto para ir a abrigos antiaéreos”, disse Klitschko.

“A capital é o coração da Ucrânia e será defendida. Kiev, que atualmente é o símbolo e a base operacional avançada da liberdade e segurança da Europa, não será abandonada por nós”, finalizou o prefeito.

Estadão Conteúdo

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