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Juiz peruano decide se manda cunhada de Castilho para prisão preventiva

Na semana passada, ela se apresentou duas vezes perante o juiz, no início de uma maratona de audiências judiciais

Jornal de Brasília

28/08/2022 17h31

Foto: Reprodução

Um juiz peruano deve decidir neste domingo(28) se envia ou não a cunhada do presidente Pedro Castillo, Yenifer Paredes, à prisão preventiva por 36 meses. Ela é acusada de fazer parte de uma suposta rede de corrupção dirigida pelo palácio do governo. Paredes pode ser condenada a 23 anos de prisão.

Na semana passada, ela se apresentou duas vezes perante o juiz, no início de uma maratona de audiências judiciais para Castillo e sua família. Na segunda-feira, 5 de setembro, o presidente deve se apresentar ao Ministério Público e sua esposa, Lilia Paredes, a um juiz.

Castillo, que é professor rural, assim como sua esposa, nega que sua família tenha cometido crimes e diz ser vítima de uma campanha para tirá-lo do poder.

Operação inédita

Yenifer Paredes, 26, está em prisão temporária em uma delegacia de polícia de Lima desde 10 de agosto, um dia após promotores e policiais realizarem uma operação de busca no palácio do governo, algo inédito no país, para prendê-la.

Castillo substituiu neste sábado três membros da cúpula da Polícia peruana, incluindo seu comandante geral, o que foi interpretado por políticos da oposição como uma retaliação pela operação, descrita como “ilegal” pelo presidente.

O Congresso, dominado pela oposição, decidiu convocar o ministro do Interior, Willy Huerta, “para prestar contas das razões que deram origem a essas mudanças questionáveis”, anunciou a presidente do Parlamento, Lady Camones.

Castillo foi intimado pelo MP para responder pela saída abrupta, em 20 de julho, do ministro do Interior Mariano González, que permaneceu no cargo por apenas duas semanas. Ele também será questionado sobre suposto tráfico de influência na petroleira estatal PetroPerú.

O presidente de 52 anos já prestou depoimento em duas acusações: em 17 de junho por supostas propinas em contratos de obras públicas e em 4 de agosto por supostas promoções irregulares nas forças armadas.

Enquanto isso, a primeira-dama deve comparecer perante o juiz Raúl Justiniano Romero em uma audiência na qual os promotores fundamentarão um pedido para proibi-la de deixar o país por três anos. O pedido inclui dois dos seus irmãos: Walter e David Paredes.

Seis investigações

Em seus 13 meses no poder, Castillo viveu sob o cerco do Ministério Público e de um Congresso dominado pela direita, que exige sua renúncia.

Ele sobreviveu a duas tentativas de impeachment do Parlamento e o MP não pode levá-lo a julgamento até o final de seu mandato, em 28 de julho de 2026, pois ele tem imunidade.

O presidente enfrenta seis investigações, algo também inédito para um presidente em exercício no Peru.

No entanto, esses tipos de acusações de suposta corrupção não são novas no país andino. Situações semelhantes levaram à queda do presidente de direita Pedro Pablo Kuczynski em 2018 e do centrista Martín Vizcarra em 2020.

© Agence France-Presse

© Agence France-Presse

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