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Israel usa tanques e soldados em sua maior operação por terra em Gaza

O grupo palestino afirmou que mais de 7 mil pessoas morreram nos bombardeios israelenses – incluindo 50 dos 224 reféns

Redação Jornal de Brasília

26/10/2023 20h50

Atualizada 27/10/2023 0h01

Soldados e tanques de Israel próximos ao kibbutz Beeri, no sul de Israel — Foto: Thomas COEX / AFP

O Exército de Israel usou nesta quinta, 26, tanques e soldados para realizar a primeira grande operação terrestre dentro da Faixa de Gaza. De acordo com o comando militar israelense, a incursão fez parte da “preparação para as próximas fases do combate”. “Atingimos várias células terroristas, infraestruturas e postos de lançamento de mísseis antitanque”, disse o Exército, em comunicado.

Soldados e tanques deixaram rapidamente o norte de Gaza e regressaram ao território israelense. De acordo com Israel, os ataque de ontem atingiram 250 alvos do Hamas. O grupo palestino afirmou que mais de 7 mil pessoas morreram nos bombardeios israelenses – incluindo 50 dos 224 reféns. Israel tratou a informação sobre a morte de reféns como “propaganda”. 

Atraso

A demora na ordem de invadir o enclave palestino, segundo analistas e fontes do gabinete do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, é a preocupação com os reféns e a pressão de americanos e europeus para que os israelenses definam uma estratégia para o que fazer com Gaza após a guerra.

Ontem, os líderes dos 27 países da União Europeia pediram uma pausa nos combates em Gaza para amenizar a crise humanitária que afeta 2 milhões de pessoas dentro do enclave. A declaração do Conselho Europeu promete um esforço coletivo “para proteger os civis, fornecer assistência e facilitar o acesso a comida, água, remédios e combustível” na região de guerra.

A ajuda emergencial é cada vez mais vital em Gaza. A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) reduziu ontem suas operações no território por falta de combustível. “Podemos economizar ou racionar até certo ponto, e ganhamos mais algumas horas fazendo isso”, disse Hector Sharp, chefe do escritório jurídico da UNRWA.

Apoio

Se o combustível acabar, o que pode acontecer nesta sexta, 27, segundo a UNRWA, o território entrará em colapso. A agência tem dividido seu estoque para permitir que as padarias se mantenham funcionando, que as usinas de dessalinização continuem fornecendo água e que os hospitais possam manter incubadoras, máquinas de suporte de vida e outros equipamentos vitais.

Segundo a ONU, 74 caminhões transportando suprimentos humanitários entraram em Gaza desde sábado, 21, bem menos do que os 100 por dia que o território precisa, segundo funcionários da organização que trabalham no enclave palestino. Autoridades e diplomatas atribuem o atraso às exigências de Israel de inspecionar os veículos em um posto de fronteira a 40 quilômetros da passagem por onde eles entram no território.

Resolução

Ontem, a Assembleia-Geral da ONU começou a discutir uma resolução proposta pela Jordânia, que deve ser votada hoje. O texto pede um cessar-fogo humanitário, a criação de corredores para entrada de suprimentos em Gaza e a retirada de civis – sem mencionar o Hamas. 

A expectativa é de que a maioria da Assembleia-Geral condene Israel, já que o poder de veto dos EUA só vale para o Conselho de Segurança. Se aprovada, porém, a resolução terá apenas um caráter simbólico.

Estadão Conteúdo

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