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Mundo

Israel rejeita condições do Hamas para trégua e libertação de reféns

“Com base no que nos passaram? Pelo que vi até agora, você também teria dito não”

Redação Jornal de Brasília

07/02/2024 21h51

Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu touches his face during a ceremony opening the school year in the Jewish settlement of Elkana in the Israeli-occupied West Bank September 1, 2019. REUTERS/Amir Cohen

Tel-Aviv – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rejeitou ontem uma contraproposta do Hamas para um cessar-fogo em três etapas, dizendo que as demandas do grupo eram “delirantes”. As declarações foram feitas pouco após uma reunião dele com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e um dia após o governo israelense receber a oferta dos palestinos.

“Não há solução além da vitória total”, disse Netanyahu, durante entrevista coletiva em Jerusalém. “Se o Hamas sobreviver em Gaza, será apenas uma questão de tempo até ao próximo massacre. A pressão militar contínua é essencial para a libertação dos reféns.”

Em resposta a uma oferta negociada por mediadores de Catar e Egito, o Hamas apresentou uma contraproposta de cessar-fogo por quatro meses e meio para a libertação de todos os reféns, Israel retiraria suas tropas da Faixa de Gaza e se negociaria um acordo sobre o fim da guerra.

Sem especificar os detalhes da proposta do Hamas, Netanyahu disse que a rendição às exigências que ele chamou de “ridículas” não libertaria os mais de 100 reféns que ainda estão em Gaza nem restauraria a segurança de Israel.

IRONIA

Questionado especificamente se Israel rejeitou formalmente o esboço de trégua, Netanyahu foi irônico. “Com base no que nos passaram? Pelo que vi até agora, você também teria dito não.”

Os comentários parecem jogar água fria nas esperanças cautelosas, levantadas na terça-feira, quando autoridades de EUA e Catar disseram que a oferta do Hamas refletia um progresso. Mas Netanyahu, um negociador duro, evitou entrar detalhes ontem. Seu anúncio, no entanto, não significa necessariamente o fim das negociações.

A rejeição de Netanyahu aos termos do Hamas e a promessa de prosseguir até uma “vitória absoluta” é um revés para Blinken, que viajou para Israel em busca de apoio para um acordo de reféns e uma pausa humanitária.

No início do dia, em Jerusalém, Blinken disse que havia “muito trabalho a ser feito”, mas deixou transparecer um tom de otimismo, dizendo que Israel e Hamas seriam capazes de “retomar a libertação de reféns”. Ele garantiu que ainda havia “espaço para um acordo”, mesmo após as declarações de Netanyahu.

AVANÇO NO SUL

Netanyahu também disse que autorizou que os militares avancem para o sul de Gaza, em direção a Rafah, onde se acredita que mais de um milhão de palestinos tenham buscado abrigo. Muitos juntaram-se aos crescentes acampamentos de tendas dos refugiados

“Determinamos que o Exército de Israel passe a operar em Rafah e nos dois campos centrais, os últimos redutos remanescentes do Hamas”, afirmou Netanyahu.

Blinken disse ontem que tentou dissuadir o premiê de qualquer ação que possa “exacerbar as tensões” e pediu que ele considerasse a vida dos civis na operação em Rafah. (Com agências internacionais)

Estadão Conteúdo

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