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Incêndios florestais causam destruição no Havaí e forçam moradores a fugir pelo mar

Os incêndios ocorrem em um momento em que os EUA sofrem os impactos de fenômenos climáticos extremos em série

Redação Jornal de Brasília

09/08/2023 16h05

Imagem ilustrativa

SÃO PAULO, SP (FOLHPARESS)

Incêndios florestais que se alastram devido a fortes ventos forçaram a retirada de moradores e provocaram quedas de energia nesta terça (9) em várias regiões do Havaí, nos Estados Unidos. Segundo o governo local, a situação é crítica, e algumas pessoas tiveram de pular no mar para escapar das chamas.

Os incêndios ocorrem em um momento em que os EUA sofrem os impactos de fenômenos climáticos extremos em série. Na véspera, autoridades disseram que duas pessoas haviam morrido na Carolina do Sul e no Alabama e mais de 1,1 milhão de propriedades estava sem energia no país devido a fortes chuvas. Ao menos dez estados americanos emitiram alerta de tornado e pedidos de cautela à população.

No Havaí, a vice-governadora do estado, Sylvia Luke, disse à emissora CNN que a retirada de pessoas estava em curso, embora o número da população impactada ainda não havia sido definida. Não há registro de mortes, mas um bombeiro precisou ser hospitalizado depois de inalar fumaça -o estado de saúde dele era estável. A região mais atingida é a cidade de Lahaina, na ilha de Mauí.

“As pessoas estão pulando na água para evitar o fogo”, disse o major-general do Exército americano, Kenneth Hara, à rede Hawaii News Now. “A Guarda Costeira está dando apoio”, acrescentou.

O governo local decretou estado de emergência e disse que 12 pessoas foram resgatadas após se jogarem no mar. Já a Guarda Costeira prometeu o envio de reforços e mais embarcações para Mauí. As fortes rajadas de ventos, que chegam a 130 km/h, espalham as chamas e dificultam o trabalho dos bombeiros, impedindo o voo de helicópteros para despejar água ou mapear a dimensão dos incêndios.

Segundo especialistas, os ventos são provocados pelo furacão Dora, que não deve atingir o território americano e, na manhã desta quarta, estava a cerca de 800 km ao sul do Havaí. A seca na região é outro fator que contribui para a propagação dos incêndios.

“O fogo pode estar a um ou mais quilômetros da sua casa, mas, em um ou dois minutos, pode chegar à sua casa”, disse o chefe dos bombeiros, Jeff Giesea, segundo a agência de notícias Associated Press.

Várias propriedades foram danificadas, e o serviço de chamada de emergência caiu devido à quantidade de ligações, segundo o jornal americano The New York Times. Autoridades orientaram os moradores a entrar em contato diretamente com os departamentos de polícia locais em caso de emergência.

Meteorologistas esperam que os ventos no Havaí diminuam ainda nesta quarta, à medida que um sistema de alta pressão ao norte enfraquece o furacão Dora, que se move para o oeste, afastando-se das ilhas.

Ao mesmo tempo, o país, assim como outras nações do Hemisfério Norte, vem registrando temperaturas altíssimas. Cientistas apontam que a primeira semana de julho foi a mais quente desde 1979, com a temperatura média global batendo recordes consecutivos. No Alasca, enchentes forçaram a retirada de pessoas da cidade de Juno e provocaram o desabamento de casas, que foram levadas pela correnteza.

Além do Alasca e do Havaí, moradores da Geórgia, Carolina do Norte, Maryland, Delaware, Nova Jersey, Pensilvânia, Tennessee, Virgínia Ocidental e Virgínia sofrem com a interrupção de energia elétrica.

As tempestades ainda tiveram um forte impacto sobre o sistema aeroviário. Dados do site de rastreamento FlightAware indicavam que mais de 2.600 voos haviam sido cancelados e quase 7.900 adiados até a noite de segunda-feira. A agência federal de aviação dos EUA afirmou que estava reformulando as rotas dos aviões para que eles evitassem as tempestades que se dirigem à Costa Leste.

A situação afetou até mesmo o presidente americano, Joe Biden, que teve que adiar em 90 minutos sua partida para uma viagem de quatro dias aos estados de Arizona, Novo México e Utah.

Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.

Outro órgão ligado à ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática), já afirmou em relatório que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças foi causada pela ação humana.

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