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Humanos moram cada vez mais em áreas inundáveis, adverte estudo

Desde 1985, o crescimento da urbanização em áreas inundáveis superou significativamente a expansão em zonas seguras

Redação Jornal de Brasília

04/10/2023 15h30

Foto: Marinha do Brasil/RS

Os humanos moram cada vez mais em regiões suscetíveis a perigosas enchentes, uma tendência particularmente vista na China, adverte um estudo dirigido por um economista do Banco Mundial, publicado nesta quarta-feira (4).

Desde 1985, o crescimento da urbanização em áreas inundáveis superou significativamente a expansão em zonas seguras.

“É um momento em que os assentamentos humanos deveriam se adaptar à mudança climática. Muitos países estão aumentando rapidamente sua exposição às inundações”, afirmou à AFP Jun Rentschler, o autor do estudo.

A pesquisa, publicada na revista Nature, analisou 30 anos de imagens de satélite para monitorar a evolução dos assentamentos humanos no mundo. Também averiguou os locais mais expostos a riscos de inundação.

Estudos anteriores costumavam se concentrar em uma região, ou em um tipo específico de inundação.

O documento revela que, em 2015, 20% das áreas habitadas estavam em regiões expostas a riscos de enchentes médios, ou elevados, contra 17,9% três décadas antes.

O aumento percentual pode parecer modesto, mas representa uma enorme superfície, devido ao rápido aumento da população mundial desde 1985.

O economista destaca que cerca de 76.400 km² de áreas de assentamentos humanos – 48 vezes o tamanho da grande Londres – enfrentam inundações de mais de 50 mm.

“Esses assentamentos em expansão em áreas de alto risco implica uma exposição a inundações, assim como a futuras perdas, e cria a necessidade de investir na proteção contra as inundações”, adverte o artigo publicado na Nature.

Os países da Leste Asiático e do Pacífico estão entre as regiões mais expostas por causa da expansão urbana na China, no Vietnã e em Bangladesh.

“No Vietnã, onde quase um terço da costa está edificada, os locais mais seguros e produtivos estão cada vez mais ocupados”, escrevem os autores.

“Desta maneira, os novos avanços são desproporcionalmente forçados a ocorrer em terrenos perigosos e em regiões que antes eram evitadas, como leitos de rios, ou planícies aluviais”.

© Agence France-Presse

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