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Mundo

Hospitais da Faixa de Gaza enfrentam escassez de energia

A escassez de eletricidade é um problema central na atual crise humanitária em Gaza, particularmente para os hospitais

Redação Jornal de Brasília

04/03/2024 17h15

Foto: MOHAMMED ABED / AFP

No hospital Kamal Adwan de Beit Lahia, as incubadoras só funcionam graças a painéis solares devido à escassez de energia na Faixa de Gaza, quase cinco meses após o início da guerra entre Israel e o Hamas.

“Este serviço pode parar de funcionar a qualquer momento, dependendo do tempo”, explica à AFP Ahmad al Kahlut, chefe da unidade de pediatria deste estabelecimento do norte de Gaza, um dos 12 hospitais de 36 que ainda funcionam, pelo menos parcialmente, no território palestino.

Segundo este médico, o serviço neonatal do Kamal Adwan, único hospital infantil do norte de Gaza, sofre uma pressão intensa com o colapso do sistema de saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que realizou uma visita este fim de semana ao hospital, denunciou “a falta de eletricidade” que “representa uma grave ameaça” para os pacientes do hospital, especialmente em “neonatologia”.

A escassez de eletricidade é um problema central na atual crise humanitária na Faixa de Gaza, particularmente para os hospitais.

Israel, que decretou um “cerco total” do território após o ataque do Hamas de 7 de outubro, cortou o fornecimento de eletricidade a Gaza, que desde então recorre a geradores alimentados por combustível, também escasso.

Segundo um estudo de imagens de satélite, publicado na quinta-feira pela ONG Care, 70% dos hospitais de Gaza têm “pouco ou nenhuma luz” à noite, o que “afeta gravemente” os cuidados dos pacientes.

 ‘Questão de vida ou morte’

“A eletricidade é uma questão de vida ou morte nos hospitais”, afirmou Hiba Tibi, diretora da ONG na Cisjordânia e Gaza.

“Ouvimos falar de recém-nascidos que morrem porque não há eletricidade para as incubadoras, de crianças que param de respirar” por falta de assistência respiratória “ou de mães que morrem nas mesas de operação porque as máquinas” de assistência ou reanimação “estão desligadas”, acrescentou.

No início do conflito, a OMS indicou que eram necessários 94 mil litros de combustíveis por dia para garantir um serviço mínimo aos 12 principais hospitais do território.

As primeiras entregas de combustível autorizadas pelas autoridades israelenses foram realizadas em 18 de novembro. No último fim de semana, a OMS entregou 9.500 litros a Kamal Adwan e outro centro hospitalar.

Contudo, “as quantidades continuam sendo muito insuficientes”, indicou um relatório da Anistia Internacional em final de fevereiro.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 7 de outubro, quando combatentes do movimento islamista palestino realizaram um ataque violento e mataram cerca de 1.160 pessoas no sul da Israel, na maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e lançou uma ofensiva militar que deixou ao menos 30.534 mortos em Gaza, na maioria civis, segundo o último balanço do Ministério da Saúde do território, governado pelo movimento islamista.

 

© Agence France-Presse

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