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Hezbollah lança 100 foguetes contra norte de Israel; ajuda humanitária por mar é enviada a Gaza

Em paralelo, um navio de ajuda humanitária, carregado com mais de 200 toneladas de comida, começou a navegar em direção a Gaza

Redação Jornal de Brasília

12/03/2024 13h37

Palestinians inspect the rubble of destroyed houses and buildings in Rafah in the southern Gaza Strip on December 18, 2023, amid continuing battles between Israel and the militant group Hamas. (Photo by MOHAMMED ABED / AFP)

 A ala armada do grupo radical xiita Hezbollah lançou mais de 100 foguetes contra o norte de Israel nesta terça-feira, 12. Segundo o Exército israelense, o ataque foi um dos maiores dos últimos meses contra a região da Alta Galileia, na fronteira com o Líbano. Não ficou imediatamente claro quantos dos foguetes caíram ou foram interceptados pelas defesas aéreas israelenses, nem se houve vítimas.

Em comunicado, o Hezbollah disse que o ataque de nesta terça era uma resposta aos ataques militares israelenses na segunda-feira no Vale de Bekaa, no Líbano, e uma demonstração de apoio aos palestinos na Faixa de Gaza . Caças israelenses retaliaram com bombardeios a vários locais ligados ao Hezbollah no Líbano. Dois ataques aéreos israelenses nos arredores da cidade de Baalbeck destruíram um armazém e mataram pelo menos uma pessoa e feriram oito.

Em paralelo, um navio de ajuda humanitária, carregado com mais de 200 toneladas de comida, começou a navegar em direção a Gaza nesta terça-feira, em um programa piloto para abertura de um corredor marítimo para o território. A embarcação partiu do Chipre e deverá chegar ao enclave entre dois a três dias.

Tensão crescente

Desde 7 de outubro, o Hezbollah tem disparado foguetes contra o norte de Israel quase que diariamente. O exército israelense responde regularmente com ataques contra alvos ligados ao Hezbollah dentro do Líbano.

Tanto o Hezbollah quanto o Hamas são apoiados pelo Irã, e os confrontos ao longo da fronteira de Israel com o Líbano levantaram preocupações de que a guerra em Gaza poderia se transformar em um conflito regional mais amplo.

A violência deslocou cerca de 80 mil israelenses de áreas próximas à fronteira com o Líbano; um número semelhante de libaneses fugiu de suas casas do outro lado.

Os líderes israelenses afirmaram que há apenas duas opções para restaurar a calma no conflito com o Hezbollah: um acordo diplomático que afaste as forças do grupo militante da fronteira ou, caso contrário, uma grande ofensiva militar com o mesmo objetivo.

O Hezbollah é um dos principais aliados do Hamas, cujos ataques a Israel em 7 de outubro levaram à guerra em Gaza. Ainda nesta terça-feira, o grupo xiita disse que seu líder, Hassan Nasrallah, se reuniu com autoridades do Hamas para discutir as negociações em andamento para alcançar um cessar-fogo em Gaza.

Os Estados Unidos, o Egito e o Qatar estavam se esforçando para intermediar uma trégua entre Israel e o Hamas antes do início do Ramadã, o mês sagrado muçulmano, na segunda-feira, mas as negociações foram interrompidas.

Ajuda humanitária

A comida foi arrecadada pelo World Central Kitchen, uma instituição de caridade criada pelo chef José Andrés, que informou, na semana passada, que sua organização estava construindo um cais em Gaza, em um local não revelado, para receber o navio. O grupo tem 60 cozinhas no enclave para distribuir ajuda, segundo Andrés. O transporte, por sua vez, está sendo feito pela ONG da Espanha Open Arms.

A rota marítima planejada tem o apoio da União Europeia, dos Estados Unidos, dos Emirados Árabes Unidos e outros países. Os Estados Unidos também lançaram entregas aéreas de ajuda humanitária nos outros dias, mas tais esforços têm sido caros e improváveis de atender a demanda necessária.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou a saída do primeiro navio um “sinal de esperança”. “Vamos trabalhar duro para garantir que muitos outros navios sigam o exemplo”, afirmou na rede social X.

Em paralelo, os Estados Unidos anunciaram planos para construir um porto marítima perto de Gaza, mas deverá levar diversas semanas até que o projeto se torne operacional. Um navio militar americano partiu no sábado, 9, carregado de equipamentos para a construção do cais.

Grupos de ajuda humanitária têm descrito ser quase impossível entregar ajuda humanitária em Gaza devido às restrições de Israel, à hostilidade em curso e à falta de ordem da lei depois que a polícia do Hamas desapareceu das ruas. O país de Binyamin Netanyahu disse que não limitou a entrada de ajuda humanitária, mas as organizações relatam que nem sempre conseguem distribuir o que chega por questões de segurança e de logística.

Assim que se aproximar de Gaza, dois navios menores rebocarão o navio até o cais que está sendo construído. Israel disse que apoia os esforços de entrega de ajuda pelo mar e que irá inspecionar toda a carga antes de entrar no enclave. (Com agências internacionais).

Estadão Conteúdo

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