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Governo equatoriano se defende de críticas de Maduro sobre ‘não governar’ o país

“Foram muito fortes as declarações de ontem do presidente Maduro”, disse a diplomata na primeira reação de Quito desde a fala do presidente

Redação Jornal de Brasília

01/02/2024 21h45

Foto: Reprodução

A chanceler do Equador, Gabriela Sommerfeld, classificou, nesta quinta-feira (1º), de “muito fortes” as palavras do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nas quais ele questiona a forma como o “muito jovem” presidente Daniel Noboa governa seu país, transformado em uma “confusão”.

“Foram muito fortes as declarações de ontem do presidente Maduro”, disse a diplomata na primeira reação de Quito desde a fala do presidente venezuelano diante dos magistrados do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) em Caracas.

“Não o conheço, Noboa, você é muito jovem […] deveria estar preocupado com o seu país. Você não governa o seu país, chegou a abrir as portas para o Comando Sul [dos Estados Unidos], para o diabo. Cuide de seu país, que está uma confusão e você não sabe o que fazer”, disse Maduro.

Noboa, de 36 anos, o presidente mais jovem da história equatoriana, disse que não vai reconhecer os resultados da eleição presidencial deste ano na Venezuela, depois que o TSJ decidiu manter a inabilitação política por 15 anos de María Corina Machado, vencedora das internas da oposição para ser a candidata a enfrentar Maduro.

“Você está ameaçando a Venezuela do Equador, Noboa. Não abra as portas de seu país para o diabo e lhe digo algo que é pior, pense bem quando você quiser se meter com a Venezuela. Olhe nos meus olhos, quem se mete com Venezuela se dá mal, e você vai se dar mal, não se meta conosco”, continuou o presidente venezuelano.

Autoproclamado de centro-esquerda e apoiado por partidos de direita, Noboa apoia “eleições livres na Venezuela, que exista transparência nesse ato democrático, que se fortaleça a democracia”, segundo Sommerfeld.

A chanceler indicou que está avaliando junto com o presidente equatoriano se haverá uma resposta à Venezuela. “É preciso encarar as coisas com calma, não se pode responder com o estômago ou com o fígado […] é importante ser prudente, mas contundente com as posições e a política externa”, frisou.

O Equador rompeu relações diplomáticas com a Venezuela em 2019, durante o governo de Lenín Moreno (2017-2021), ex-aliado do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).

Noboa, no poder desde novembro para um mandato-tampão de 18 meses, declarou guerra contra as organizações do narcotráfico, que fizeram ataques contra o Estado e a população em janeiro deste ano. Cerca de 20 pessoas morreram durante a onda de violência e mais de 200 policiais e guardas penitenciários foram temporariamente tomados como reféns dentro e fora das prisões.

O presidente equatoriano declarou o país em estado de conflito armado interno e recebe apoio dos Estados Unidos em sua luta contra o crime organizado.

© Agence France-Presse

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