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Mundo

França: falsa campanha tenta descredibilizar vacina da Pfizer

Influenciadores foram procurados para propagar notícias negativas sobre eficácia do imunizante, que é o mais utilizado na França

Redação Jornal de Brasília

26/05/2021 16h15

Foto: Carla Cleto/Sesau

A guerra sobre a eficácia dos imunizantes ganha mais um capítulo. Influenciadores franceses denunciam que receberam propostas para divulgar conteúdo negativo contra a vacina da norte-americana Pfizer. Uma suposta agência de comunicação com sede em Londres teria oferecido dinheiro em troca da postagem da fake news.

Diante dos fatos que podem colocar em risco a vida da população, o Ministério da Saúde francês descreveu o episódio como perigoso e irresponsável.

Com mais de um milhão de seguidores, o YouTuber Léo Grasset denunciou o esquema por meio de uma publicação em seu perfil no twitter. “Recebi uma proposta de parceria para detonar a vacina da Pfizer em vídeo. Orçamento enorme, um cliente que quer permanecer anônimo… se vocês virem vídeos sobre isto, saberão que é uma cilada”, tuitou. De acordo com a agência Reuters, antes de tornar o caso público, o influenciador checou que a suposta agência com sede em Londres não existe.

O imunizante da Pfizer é o mais utilizado em território francês e os ataques teriam como objetivo descredibilizar sua eficácia. O país europeu também é um dos que mais defende o uso de vacinas como meio de imunizar a população contra o novo coronavírus, contudo, enfrenta o ceticismo por parte da população.

O cientista político e especialista em marketing de influência, Danilo Strano, comentou o caso. “Estudos realizados por renomadas agências e organismos internacionais já reconheceram a importância dos influenciadores nas campanhas de prevenção a covid-19. Os países que adotaram esses personagens tiveram resultados muito positivos. Porém, da mesma forma que as informações podem ser utilizadas para esclarecer, podem levar a população ao erro. E os influenciadores, de modo geral, não vão colocar sua credibilidade em jogo para propagar mentiras. A imagem é tudo o que eles têm”, afirmou.

Ainda de acordo com o especialista, a credibilidade é explicada a partir da relação de proximidade e identificação com o público que os acompanha. “Os influenciadores dividem o protagonismo das campanhas com os artistas. Hoje, pessoas comuns têm um alcance muito maior de que determinados atores ou músicos. Cada influencer fala direto ao seu público, e, com isso, conseguem repassar melhor a informação. Esse fator justifica a importância da atuação das celebridades da internet nas campanhas”, completou.

Ataques constantes

De acordo com um relatório apresentado pela União Europeia, não foi a primeira vez que campanhas tentaram descredibilizar o uso de imunizantes. Conforme a publicação, Rússia e China estariam tentando semear desconfiança de vacinas contra covid-19 ocidentais.

Em entrevista a uma emissora de televisão local, o ministro da Saúde francês, Olivier Verán, disse não ter como afirmar de onde partem os ataques. “Não sei de onde isto vem, da França ou do exterior… É patético, é perigoso, é irresponsável e não funciona”, declarou o ministro.

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