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Finlândia acusa Rússia de usar refugiados como arma e limita fronteiras

O Kremlin nega a acusação e diz que ela faz parte de campanha contra o país de Vladimir Putin, em crise aguda com o Ocidente desde que invadiu a Ucrânia

Redação Jornal de Brasília

22/11/2023 15h22

Foto: Jussi Nukari/AFP

IGOR GIELOW

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Finlândia fechou 3 dos 4 postos de fronteira que ainda mantinha abertos com a Rússia, alegando que Moscou promove uma operação para inundar seu território com refugiados de países em guerra para causar desestabilização social.

O Kremlin nega a acusação e diz que ela faz parte de campanha contra o país de Vladimir Putin, em crise aguda com o Ocidente desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro do ano passado. Segundo o porta-voz Dmitri Peskov, a Rússia irá retaliar o fechamento dos postos, previsto para a sexta (24).

O conflito ucraniano levou a Finlândia a abandonar sete décadas de delicada neutralidade e aderir à Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos, em abril. O pedido havia sido feito em conjunto com sua vizinha Suécia em 2022, mas Turquia e Hungria ainda barram a pretensão de Estocolmo.

O premiê finlandês, Petteri Orpo, disse nesta quarta (22) ter provas de que os serviços de segurança russa estão direcionando imigrantes de países como a Síria, o Iêmen e a Somália para suas fronteiras. Somente neste mês, 600 pessoas sem documentos válidos da União Europeia, bloco integrado pela Finlândia, tentaram entrar no país via Rússia. Antes, Helsinque havia fechado quatro postos mais ao sul.

O governo do país báltico da Estônia fez acusação semelhante também nesta quarta, dizendo que 75 pessoas foram devolvidas à Rússia no posto fronteiriço de Narva desde a quinta-feira da semana passada. Os russos também negaram.

O uso de imigrantes ilegais como arma já foi apontado como prática do principal aliado da Rússia na Europa, a Belarus. Desde 2020, em diversas ocasiões os governos de países vizinhos, como Polônia e Lituânia, fecharam acessos e tiveram de lidar com choques fronteiriços, militarizando as regiões contíguas ao território governador por Minsk.

No fim de 2021, a crise escalou e tanto Rússia quanto o Reino Unido enviaram reforços militares para apoiar seus respectivos aliados. O caso acabou perdendo destaque com a invasão da Ucrânia, poucos meses depois, mas a troca de acusações segue -e o drama de refugiados perdidos em limbos fronteiriços, também.

O caso atual ganha dramaticidade pela nova condição da Finlândia, 31º membro da Otan. A entrada do país nórdico foi contestada pela Rússia, que tinha usado a intenção de Kiev de fazer o mesmo como justificativa central de sua invasão. Putin acabou ganhando o dobro de fronteiras com a aliança após a adesão de Helsinque.

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