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Mundo

Exilado, González diz que não tem ressentimento e fala em diálogo

Na carta divulgada nas redes sociais, González afirma que se exilou “pensando na Venezuela”

Redação Jornal de Brasília

09/09/2024 21h56

edmundo gonzalez

Foto de Juan BARRETO / AFP

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Edmundo González, adversário de Nicolás Maduro na Venezuela, disse nesta segunda-feira (9) que não tem ressentimento e falou em “política do diálogo”. Ele está exilado na Espanha após a Justiça venezuelana determinar a prisão dele.

Na carta divulgada nas redes sociais, González afirma que se exilou “pensando na Venezuela”. “Tomei esta decisão pensando na Venezuela e que o nosso destino como país não pode, nem deve ser, o de um conflito de dor e sofrimento”.

O candidato da oposição na disputa presidencial escreveu que levou em consideração a família dele e as de todo o país. “Sou incompatível com o ressentimento. Só a política do diálogo pode fazer-nos reunir como compatriotas. Só a democracia e a realização da vontade popular podem ser o caminho para o nosso futuro como país e continuarei empenhado nisso”, diz um trecho.

González também cita a líder da oposição, María Corina, que segue na Venezuela. “Quero ressaltar o trabalho e o esforço de María Corina Machado, que liderou este processo eleitoral e da Plataforma Unitária [aliança de oposição] pelo seu trabalho e compromisso”.

O texto é assinado de Madri, capital da Espanha.

EXÍLIO

Edmundo Gonzalez deixou a Venezuela e pediu asilo na Espanha. Ele era alvo de uma ordem de prisão por parte do regime, e pousou no domingo (8) numa base militar na Espanha.

A negociação para a fuga do opositor começou há dias, com o envolvimento e mediação sigilosa de José Luiz Zapatero, ex-presidente do governo da Espanha. Enquanto o processo era discutido, um avião oficial do governo espanhol o aguardava na República Dominicana. No sábado (7), diante do acordo com Caracas, o avião pousou na capital venezuelana para retirar o candidato do país.

Na semana passada, a Procuradoria-Geral em Caracas anunciou um pedido de prisão do candidato opositor nas eleições de julho. Horas depois, um tribunal de primeira instância acatou a solicitação. Os órgãos são ligados a Maduro.

González, segundo a denúncia, é alvo de uma investigação sobre disseminação de informações por parte do site “Resultados com VZLA”, responsável por divulgar dados sobre a eleição. Maduro anunciou que foi o vencedor do pleito, mas nunca divulgou as atas das sessões eleitorais. González, por sua vez, também declarou ter vencido.

No site mantido pelos grupos de oposição, os resultados mostram que González venceu a eleição, a partir de uma amostra de atas. A ONU considerou que as atas obtidas eram verídicas, assim como a União Europeia.

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