Os Estados Unidos enviaram nesta terça-feira (28) o primeiro de três aviões militares ao Egito para fornecer ajuda humanitária aos civis de Gaza durante a trégua nos combates decretada entre Israel e o Hamas, conforme informaram autoridades americana.
Este é o primeiro voo do Exército americano com alimentos, suprimentos médicos e equipamentos de inverno desde o início do conflito, após os ataques de 7 de outubro pelo grupo islamista palestino Hamas contra Israel.
Os voos começam um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmar que aproveitaria a prorrogação da trégua para enviar mais ajuda a Gaza.
“As necessidades humanitárias em Gaza exigem que a comunidade internacional faça muito mais. Os Estados Unidos estão comprometidos com esse esforço”, disse Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, em um comunicado.
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A primeira aeronave tipo Air Force C-17 pousou nesta terça-feira no Egito com 24,5 toneladas de suprimentos médicos e alimentos, de acordo com a agência americana para o desenvolvimento.
A ONU transportará a ajuda da região egípcia do norte do Sinai, que faz fronteira com a Faixa de Gaza governada pelo Hamas, até o território palestino, explicaram autoridades americanas anteriormente.
“Esses suprimentos da ONU vão salvar vidas e aliviar o sofrimento de milhares em Gaza”, acrescentou Sullivan.
Outros dois carregamentos chegarão “nos próximos dias”, de acordo com funcionários do governo Biden.
O Catar, que atua como mediador, anunciou na segunda-feira a prorrogação de trégua inicial de quatro dias por mais 48 horas, o que significa que o Hamas pode libertar mais reféns sequestrados durante o ataque a Israel.
Nos primeiros quatro dias de trégua, 800 caminhões de ajuda entraram no sul de Gaza procedentes do Egito e alguns também seguiram para o norte do território, segundo fontes americanas.
“O movimento de ajuda nos últimos quatro ou cinco dias foi tão significativo em volume que agora precisa de um reforço. E estes aviões integram o reforço”, declarou outra fonte.
Washington deslocou dois porta-aviões para a região com o objetivo de dissuadir o Irã e seus aliados e também transportou ajuda militar para Israel, um aliado fundamental, mas até agora não havia utilizado recursos militares para entregar ajuda humanitária.
Biden expressou apoio veemente a Israel, mas também pediu a redução do número de vítimas civis no conflito.
Na segunda-feira, a Casa Branca afirmou que Israel tem a intenção de prosseguir com a guerra contra o Hamas após a trégua.
De acordo com as fontes do governo, Biden advertiu que Israel não deve provocar deslocamentos em larga escala no sul de Gaza, como fez na parte norte do território.
No dia 7 de outubro, o Hamas executou o ataque mais violento da história de Israel: 1.200 pessoas foram assassinadas, a maioria civis, e 240 foram sequestradas, segundo as autoridades israelenses.
Em resposta, Israel bombardeou sem trégua e iniciou uma ofensiva terrestre em Gaza que, segundo o governo do Hamas, matou quase 15.000 pessoas, incluindo milhares de menores de idade.
© Agence France-Presse