Farah Colina, view esposa do boxeador cubano Guillermo Rigondeaux, confia em que as autoridades cubanas não tomarão represálias contra seu marido, que será deportado pelo Brasil, após desertar durante os Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro.
“Não tem por que haver represálias, ele pode ter errado, mas não matou a ninguém, não pôs nenhuma bomba nem é um terrorista”, disse hoje Colina.
“Eu fiquei sabendo pela repercussão, não sabia nada e ainda não posso entender o que aconteceu. Não sei se encheram a cabeça dele de coisas, não sei, não posso entender, porque tínhamos dificuldades econômicas (…), mas ele sempre teve humildade, singeleza e modéstia”, disse.
Colina, de 31 anos, explicou que quase não conseguiu conversar com Rigondeaux em todo este tempo. “Foi uma ligação com muito barulho que, pelo menos, serviu para saber que ele estava bem e tirar as dúvidas de que talvez o tivessem seqüestrado”, completa.
“Não sei o que lhe sucedeu, ele falava muito, dizia que via muita gente que queria ir embora (…), que ele via crianças trabalhando nas ruas assim da idade do nosso”, manifestou Colina, que tem um filho de cinco anos com Rigondeaux.
Assegurou que seu marido, considerado o boxeador mais importante atualmente em Cuba, sempre foi “muito agradecido à revolução e a Fidel”, mas acrescentou: “todos temos necessidades econômicas”.
Colina comentou que após a deserção, as autoridades cubanas lhe disseram que ficasse tranqüila e que “tudo ia ficar bem”, embora o carro do boxeador, que o Estado tinha lhe dado de presente, tenha sido levado embora.
“Isso não é problema porque isso normalmente sempre é feito, foi um presente que o deram. Eu entendo que isso seja feito”, afirmou.
“Essa decisão que ele tomou me afetou, porque nunca pensei que ele ia fazer isso”, ressaltou, embora tenha acrescentado que ouviu que seu marido se arrependeu e, para ela, isso o torna “mais homem, porque não se escondeu e encara as dificuldades”.
“Tenho certeza de que não vai haver represálias”, insistiu.