Menu
Mundo

Em Londres, Zelensky pede a aliados ‘armas necessárias’ contra Rússia

“Peço a vocês e ao mundo palavras simples, mas muito importantes: aviões de combate para a Ucrânia, asas para a liberdade”, acrescentou

Redação Jornal de Brasília

08/02/2023 13h17

Foto: Sergei SUPINSKY / AFP

Em sua segunda viagem ao exterior desde o início da invasão russa, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu a seus aliados ocidentais em Londres, nesta quarta-feira (8), que lhe forneçam as “armas necessárias”, principalmente caças, para vencer a guerra contra Moscou. 

Durante uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, Zelensky destacou a “importância de a Ucrânia receber as armas necessárias dos aliados para parar a ofensiva russa e libertar todos os territórios ucranianos temporariamente ocupados”.

Depois, diante dos parlamentares reunidos em um lotado Westminter Hall, a enorme sala onde o funeral da rainha Elizabeth II foi realizado em setembro, ele insistiu em que isso deveria incluir caças. 

“Peço a vocês e ao mundo palavras simples, mas muito importantes: aviões de combate para a Ucrânia, asas para a liberdade”, acrescentou.

O presidente ucraniano também foi recebido pelo rei Charles III, no Palácio de Buckingham, em Londres.

O Reino Unido é o segundo país que Zelensky visita desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro de 2022. A viagem continuará na noite desta quarta-feira, quando ele chegar a Paris, segundo informações de fontes do governo francês.

Sua primeira viagem foi em dezembro a Washington, onde foi recebido pelo presidente Joe Biden, falou no Congresso americano e garantiu o fornecimento de mísseis Patriot para combater os ataques aéreos e de mísseis russos.

“A Rússia estaria cometendo um grande erro se pensasse que alguém se cansaria de lutar contra o mal que ela traz”, tuitou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, após um telefonema com o secretário de Estado americano, Antony Bliken, “sobre a nova ajuda militar”.

Vitória decisiva “este ano”

O Reino Unido, que tem relutado a fornecer caças Typhoon e F-35, aumentou a pressão sobre Moscou nesta quarta-feira, anunciando a adoção de novas sanções e o treinamento de pilotos ucranianos. 

“Continuaremos apoiando a Ucrânia para garantir uma vitória militar decisiva no campo de batalha este ano”, disse Sunak ao Parlamento. 

Após a viagem surpresa a Londres e Paris, o presidente ucraniano deve visitar Bruxelas, onde começa, na quinta-feira (9), uma cúpula de líderes da União Europeia.

Recentemente, a Alemanha concordou em enviar tanques e, na terça-feira (7), anunciou, junto com Holanda e Dinamarca, que entregará “pelo menos 100 tanques Leopard 1 A5” nos “próximos meses”. Outros países que já haviam se comprometido a contribuir parecem não estar agindo com a celeridade anunciada.

Os especialistas acreditam que a Rússia esteja preparando uma grande ofensiva para o final do inverno, ou início da primavera (Hemisfério Norte), com o objetivo de conquistar todo o Donbass, hoje ocupado parcialmente pelas forças russas. 

Mapas atualizados da Rússia, incluindo regiões da Ucrânia que afirma ter anexado — Zaporizhzhia, Kherson, Luhansk e Donetsk — foram colocados à venda nas livrarias de Moscou na terça-feira.

Treinamento de pilotos

O Reino Unido forneceu 2,3 bilhões de libras (US$ 2,8 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia em 2022 e prometeu manter o mesmo nível este ano, o segundo no mundo depois dos Estados Unidos.

Já concordou em fornecer 14 tanques Challenger 2 e, hoje, Sunak mencionou “um aumento imediato no fornecimento de equipamento militar”, segundo Downing Street, sem se referir a aviões.

Também propôs “reforçar a oferta de treinamento do Reino Unido para as tropas ucranianas, principalmente estendendo-a aos pilotos de aviões caça para garantir que a Ucrânia possa defender seu espaço aéreo no futuro”, acrescentou. 

“Este treinamento permitirá aos pilotos conduzir aeronaves de combate sofisticadas, de acordo com os padrões da Otan”, do tipo que Zelensky reivindica, disse.

Na semana passada, Sunak considerou que os pilotos ucranianos precisariam de “meses”, ou mesmo “anos”, de treinamento para aprender a operá-las e que estava procurando a maneira mais eficaz de ajudar Kiev a vencer a guerra.

© Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado