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‘É uma revolução’, diz Biden em Angola sobre projeto de corredor ferroviário na África

Em primeiro lugar, este projeto busca facilitar a exportação de minerais estratégicos da República Democrática do Congo e Zâmbia até o porto angolano de Lobito

Redação Jornal de Brasília

04/12/2024 17h35

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FOTO: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP

“É uma revolução”, declarou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quarta-feira (4), em Angola, sobre o emblemático projecto do “Corredor de Lobito”, um importante eixo ferroviário e comercial que pretende, no futuro, atravessar o continente de leste a oeste.

Em primeiro lugar, este projeto busca facilitar a exportação de minerais estratégicos da República Democrática do Congo e Zâmbia até o porto angolano de Lobito.

Além disso, cumpre com “os mais altos padrões para os trabalhadores, o meio ambiente e as comunidades locais, porque os Estados Unidos entendem que a maneira como os investimentos na África são tão importantes quanto os recursos que investimos”, garantiu o presidente em fim de mandato.

Biden tinha prometido uma visita oficial à África e cumpriu a promessa no limite de seu mandato, antes de ceder a carga em 20 de janeiro ao seu maior rival, o republicano Donald Trump.

“É uma revolução”, reiterou o democrata de 82 anos, visivelmente cansado durante uma mesa redonda com líderes de Angola, Zâmbia, República Democrática do Congo e Tanzânia, países envolvidos no projeto.

“Imaginem o impacto que isso terá na tecnologia, energia verde, agricultura e segurança alimentar”, listou, enquanto anunciava 600 milhões de dólares (R$ 3,6 bilhões) adicionais de investimentos americanos para o “Corredor de Lobito”.

Joe Biden, que realiza a primeira viagem oficial de um presidente americano a África desde 2015, e cuja passagem por Angola é uma visita histórica, brincou dizendo que voltaria “para pegar este trem”, destacando seu conhecido fascínio pelo transporte ferroviário.

O presidente angolano, João Lourenço, classificou o projecto de “etapa crucial”, enquanto o chefe do Estado da Zâmbia, Hakainde Hichilema, ressaltou que abre “enormes oportunidades”.

Por sua vez, o presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, afirmou que esta grande obra é um “símbolo da nossa vontade coletiva”.

Os chefes de Estado realizaram suas declarações em uma fábrica de processamento de produtos agrícolas, que Biden visitou em breve.

O presidente americano, que depois regressou ao seu país após dois dias de visita, também inspeccionou as instalações ferroviárias próximas ao porto do Lobito, situado a cerca de 500 quilómetros ao sul da capital Luanda.

Numa primeira fase, o “Corredor do Lobito”, que também tem apoio europeu, reduzirá significativamente o ritmo de transporte de minerais da República Democrática do Congo e da Zâmbia para o litoral. Atualmente, esse traslado leva 45 dias por estrada e, graças ao corredor ferroviário, será encurtado para entre 40 e 50 horas

© Agence France-Presse

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