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Democratas ameaçados por Trump acusam presidente de usar FBI para intimidá-los

Parlamentares afirmam ter sido procurados por agentes federais depois de alertarem militares contra determinações ilegais

Redação Jornal de Brasília

26/11/2025 13h15

Foto: SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP

Foto: SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP

FOLHAPRESS

Congressistas democratas dos Estados Unidos acusam o presidente Donald Trump de usar o FBI para intimidar membros do Capitólio e dizem que agentes da polícia federal americana tentaram interrogá-los após críticas ao republicano.

Os legisladores que acusam Trump estão entre os seis que pediram a militares e agentes de inteligência, em um vídeo publicado neste mês, que rejeitem qualquer ordem ilegal do presidente. Após a publicação do vídeo, Trump chamou esses democratas de traidores, disse que eles haviam cometido o crime de sedição e sugeriu que eles fossem condenados à pena de morte.

“O presidente Trump está utilizando o FBI como uma ferramenta para intimidar e assediar os membros do Congresso”, afirmaram em um comunicado Jason Crow, Chris Deluzio, Maggie Goodlander e Chrissy Houlahan, todos democratas da Câmara dos Representantes.

“Nenhuma intimidação ou assédio nos impedirá de fazer nosso trabalho e honrar nossa Constituição”, acrescentaram, após informarem que o FBI entrou em contato na segunda-feira (24) com funcionários do Congresso para solicitar conversar com eles.

O FBI recusou-se a comentar. A Casa Branca não respondeu a consultas sobre o assunto.

O Pentágono anunciou na segunda-feira que avaliava submeter a um tribunal militar o senador democrata Mark Kelly, ex-astronauta e ex-piloto da Marinha que também apareceu no vídeo divulgado pelos congressistas.

Kelly, uma das figuras democratas emergentes para a eleição presidencial de 2028, respondeu que não seria intimidado nem “silenciado por valentões”.

Os congressistas não esclareceram a que ordens ilegais eles se referem, mas Trump é questionado pelo envio da Guarda Nacional a várias cidades americanas e pelos ataques no Caribe e no Pacífico contra embarcações supostamente ligadas a narcotraficantes, que deixaram ao menos 80 mortos desde setembro.

Desde que voltou ao cargo, Trump tem esticado a corda dos poderes presidenciais para acionar os militares. O republicano mobilizou forças para se juntar a operações domésticas, em particular para contenção de protestos e ações de imigração em cidades governadas por rivais democratas, caso de Washington e Los Angeles.

Além disso, o Pentágono, sob o comando do ex-apresentador da rede Fox News, Pete Hegseth, tem feito diversas demissões de oficiais que não passam pelo crivo da Casa Branca em questões de lealdade e comprometimento ideológico.

No fim de setembro, Trump e Hegseth convocaram centenas de oficiais-generais em postos em todo o mundo para uma reunião na base de Quantico, na Virgínia, na qual deixaram clara a politização que esperavam da classe militar.

Trump inicialmente acusou o grupo de democratas de “conduta sediciosa, punível com a morte”. Mais tarde no mesmo dia, a Casa Branca afirmou que Trump não deseja executar membros do Congresso.

“Não”, limitou-se a dizer Karoline Leavitt após ser questionada sobre o assunto. Já no fim de semana, Trump disse em suas redes sociais que os “traidores” que pediram às tropas que o desobedecessem “deveriam estar na prisão”.

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