A ONG Save the Children divulgou hoje informações alarmantes sobre a situação crítica no Sudão, onde, em decorrência de quatro meses de guerra, pelo menos 498 crianças perderam a vida devido à fome.
Antes mesmo do início do conflito, o Sudão já enfrentava altos índices de fome, afetando uma em cada três pessoas. Agora, com o agravamento da situação, a mortalidade infantil por inanição cresceu de maneira alarmante, gerando críticas da comunidade internacional e das organizações humanitárias.
Arif Noor, diretor da Save the Children para o Sudão, afirmou em um comunicado que “crianças morrem de fome quando isso poderia ter sido completamente evitado”. Desde que o exército oficial e paramilitares iniciaram o conflito em meados de abril, pelo menos 498 crianças já foram vítimas da fome, mas há indicações de que esse número pode ser ainda maior.
A situação, infelizmente, tende a piorar, visto que a ONG, impossibilitada de operar em meio aos combates, foi forçada a interromper a assistência a 31.000 crianças que já sofriam de desnutrição. Além disso, a fábrica responsável por produzir 60% dos tratamentos nutricionais destinados a crianças foi destruída em maio, agravando ainda mais a crise.
O conflito no Sudão resultou em quase 5.000 mortes desde o seu início, conforme dados levantados pela organização Armed Conflict Location & Event Data Project (Acled). Como consequência direta do conflito, aproximadamente quatro milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas residências, gerando um deslocamento em massa e agravando a crise humanitária no país.
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