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Mundo

Cresce pressão sobre ministério britânico para apurar mutilação de iraquianos

Arquivo Geral

18/10/2007 0h00

O Ministério da Defesa britânico será submetido a fortes pressões para que permita uma investigação independente para apurar as denúncias que indicam que alguns de seus soldados teriam mutilado brutalmente os corpos de iraquianos.

A notícia foi publicada hoje no jornal “The Guardian”, find que afirma que um escritório de advogados que atua em nome das famílias dos iraquianos apresentará aos tribunais depoimentos, physician certidões de óbito e um vídeo que documenta os atos.

Os testemunhos foram dados por trabalhadores de um hospital local que afirmam ter visto o momento quando, há três anos, os soldados britânicos entregaram os corpos mutilados de iraquianos mortos em um confronto violento contra os insurgentes.

Segundo as testemunhas, o estado dos corpos indica claramente que alguns dos iraquianos foram asfixiados, enforcados, tiveram seus órgãos genitais mutilados e que, em alguns casos, seus olhos foram arrancados.

O vídeo, de cinco minutos, mostra os corpos sendo levados ao hospital, alguns em ambulâncias do Crescente Vermelho, e imagens de alguns destes cadáveres.

Esta semana, os advogados que representam os iraquianos receberam ajuda legal que permitirá que apresentem uma ação judicial nos tribunais britânicos para tentar fazer com que o Ministério da Defesa ordene uma investigação independente do episódio.

O ministério negou até agora que os soldados tenham cometido estes crimes.

O fato teria ocorrido em 14 de maio de 2004, na estrada que liga Amara a Basra, perto de Majar al-Kabir. No local, tropas britânicas e grupos de rebeldes teriam travado um violento confronto, após os insurgentes terem surpreendido os militares em uma emboscada.

Alguns iraquianos foram mortos pelos britânicos, enquanto outros foram detidos.

Na época, o Ministério da Defesa britânico informou que quatorze iraquianos ou mais haviam morrido.

As testemunhas disseram que outros nove ou quinze iraquianos foram detidos e levados a uma base britânica perto de Amara.

No dia seguinte, nove ou mais homens foram levados ao centro de detenção de Shaibah, próximo a Basra.

O jornal britânico afirma ter tido acesso às certidões de óbito redigidas pelo médico Adel Salid Majid, diretor do hospital de Majar al-Kabir, no dia seguinte do confronto.

Sete deles indicam que os corpos entregues aos responsáveis do centro de saúde mostravam sinais de “mutilações” e “torturas”.

No entanto, outro médico do hospital geral de Amara, que pediu anonimato e examinou um dos sete corpos, questiona as afirmações de seus colegas.

Uma investigação especial da Polícia Militar chegou à conclusão que não havia ocorrido “mutilações deliberadas de cadáveres”.

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