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Mundo

Coronavírus: Recorde de casos diários nos EUA e toque de recolher na Itália

Em todo mundo, a pandemia já matou mais de 1,2 milhão de pessoas e provocou quase 49 milhões de casos

Lindauro Gomes

06/11/2020 11h00

Os italianos terão de respeitar um toque de recolher a partir desta sexta-feira (6) à noite, e os gregos deverão pedir permissão por mensagem de texto para sair de suas casas, em uma Europa que vive uma explosão de casos de coronavírus, assim como os Estados Unidos, onde houve um novo recorde de infecções pelo segundo dia consecutivo.

Enquanto aguarda ansioso os resultados definitivos da eleição presidencial, os Estados Unidos, o país com mais mortes no mundo pela pandemia com 234.876 óbitos, registraram um recorde de casos na quinta-feira: mais de 120.000 casos em 24 horas, segundo uma contagem da Universidade Johns Hopkins, órgão de referência.

Em todo mundo, a pandemia já matou mais de 1,2 milhão de pessoas e provocou quase 49 milhões de casos, conforme balanço da AFP com base em dados oficiais.

O epicentro atual da pandemia está na Europa, onde se registra o maior número de contágios, ainda de acordo com balanço da AFP: mais de 11,9 milhões de casos, metade deles distribuídos entre Rússia, França, Espanha e Reino Unido. A covid-19 já cobrou mais de 297.000 vidas no continente.

“Observamos uma explosão” de casos, destacou Hans Kluge, diretor da Europa da OMS. “Em apenas alguns dias, houve um milhão de casos adicionais” na Europa, e “vemos também como a mortalidade está aumentando pouco a pouco”, alertou.

“Com o uso generalizado das máscaras e um controle rígido das aglomerações, podemos salvar mais de 261.000 vidas de agora até fevereiro na Europa”, estimou o responsável.

– “Cansaço e desconfiança” –

Diante desta situação, a lista dos países europeus que continuam endurecendo as medidas cresce ainda mais.

A partir desta sexta-feira à noite e até 3 de dezembro, entrará em vigor um toque de recolher entre as 22h e 5h em toda Itália.

As escolas italianas de ensino médio recorrerão ao ensino a distância, os museus fecharão, e os shoppings e centros comerciais não abrirão nos finais de semana.

Lombardia, Piamonte, Vale de Aosta e Calábria foram declaradas regiões “vermelhas” e de “alto risco”, e 16 milhões de italianos terão de respeitar um novo confinamento, apesar de menos rígido que o da primeira onda na primavera europeia (outono no Brasil).

Em Bérgamo, na Lombardia, várias centenas de pessoas, entre elas comerciantes, donos de restaurantes e alguns militantes de extrema direita, protestaram nas últimas horas contra essas restrições e pediram “liberdade” aos gritos, antes de serem dispersados pelas forças de ordem.

“Há mais cansaço e desconfiança” do que no confinamento de março, admitiram as autoridades municipais.

Diante de um risco de saturação de seus hospitais, a Grécia também decidiu se confinar a partir de sábado (7), por pelo menos três semanas.

Antes de sair de casa, os gregos deverão sinalizar por mensagem de texto o motivo e a hora da saída e esperar o sinal verde das autoridades, através do mesmo sistema.

O coronavírus causou 673 mortes no país, mas é o número de pacientes hospitalizados em terapia intensiva (UTI) que mais preocupa as autoridades neste momento.

Na França, reconfinada desde 30 de outubro, a segunda onda “é brutal e se propaga rapidamente”, com 58.000 novos casos detectados nas últimas 24 horas, segundo o diretor-geral de Saúde, Jérôme Salomon.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, disse que a situação é “muito preocupante” na capital e nos arredores.

Depois da Irlanda e da França, foi a vez do Reino Unido, o país mais afetado da Europa com mais de 48.000 mortos, de decretar um reconfinamento na Inglaterra a partir de quinta-feira. Assim como aconteceu em outros países do continente, as escolas permaneçam abertas.

Na noite de ontem, manifestantes se reuniram no centro de Londres para protestar contra este novo confinamento. Na Eslovênia, outro protesto de várias centenas de pessoas contra o confinamento acabou em confrontos com a polícia em Liubliana.

– Relaxamento na América Latina –

Ao contrário da Europa, a América Latina começou a relaxar suas medidas, depois de meses de combate à covid-19. O coronavírus deixou mais de 408.000 mortos na América Latina e Caribe e provocou quase 11,5 milhões de infecções.

A progressiva suspensão das restrições gerou um relaxamento entre a população como, por exemplo, no Equador, que precisou voltar a impor medidas, devido às violações das normas de proteção sanitárias.

A Colômbia, que impôs cinco meses de confinamento até o final de agosto, levantou a obrigação de apresentar um teste negativo de covid-19 aos viajantes provenientes do exterior, o que gerou críticas.

E, na Venezuela, onde segundo os números oficiais há cerca de 800 mortes pelo coronavírus, os cidadãos puderam voltar às praias. Centenas deles retomaram suas atividades econômicas, reabrindo seus comércios, ou seus serviços, aos banhistas, após sete meses de fechamento total.

© Agence France-Presse

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