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Com capitão de 90 anos a bordo, Blue Origin faz seu sétimo voo de turismo espacial

No voo deste domingo, a tripulação era formada por pessoas de diferentes perfis. Uma delas é Edward Dwight, 90

Redação Jornal de Brasília

19/05/2024 13h03

Blue Origin/Divulgação

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Passados quase dois anos, a Blue Origin voltou a lançar um voo de turismo espacial. O foguete New Shepard deixou a base no Texas, nos Estados Unidos, na manhã deste domingo (19). Na cápsula colocada no topo dele, viajaram seis pessoas, entre as quais um capitão aposentado da Força Aérea americana de 90 anos.

A missão é a 25º da companhia do bilionário Jeff Bezos, sendo a sétima tripulada. As outras seis em que havia pessoas a bordo, algumas como passageiras convidadas e outras como pagantes, se deram entre julho de 2021 e agosto de 2022.

Delas participaram o próprio fundador da empresa, na estreia das viagens suborbitais, e o engenheiro de produção Victor Correa Hespanha, que se tornou, em maio de 2022, o primeiro turista espacial brasileiro e o segundo brasileiro a voar para o espaço -o primeiro foi Marcos Pontes, hoje senador.

No voo deste domingo, a tripulação era formada por pessoas de diferentes perfis. Uma delas é Edward Dwight, 90. Nos anos 1960, ele foi escolhido para ser o primeiro astronauta negro a orbitar a Terra. Mais tarde, porém, acabou preterido, decisão que ele atribuiu a racismo.

“Um cara que não conseguiu voar para o espaço quando deveria, está indo aos 90, no final de sua carreira. Algumas pessoas pensam nisso como justiça. Mas não penso assim. Parece ser tarde demais para ser justiça. Minha filosofia é que tudo tem seu tempo e lugar”, afirmou Dwight, recentemente, em entrevista ao jornal The New York Times.

Outros quatros homens ocuparam a cápsula da missão NS-25: Mason Angel, fundador da Industrious Ventures, que investe em startups; Sylvain Chiron, fundador da cervejaria Brasserie Mont Blanc; Kenneth L. Hess, engenheiro de software; e Gopi Thotakura, piloto de aviões.

Carol Schaller era a única mulher na missão. Segundo a Blue Origin, a aposentada recebeu em 2017 o diagnóstico de que perderia a visão. Desde então, ela viajou para 25 países, visitando, por exemplo, o Monte Everest e o Parque Nacional Impenetrável de Bwind, em Uganda, para ver gorilas.

Antes do voo deste domingo, o último da Blue Origin ocorrera em dezembro de 2023, quando lançou a missão NS-24 com experimentos científicos e sem nenhuma pessoa a bordo.

Esse lançamento pôs fim a uma pausa nas operações da empresa, iniciada depois de um acidente em setembro de 2022.

Na ocasião, foguete New Shepard caiu logo após decolar. Já a cápsula que transportava experimentos de pesquisadores separou-se do primeiro estágio e retornou em segurança à Terra.

Investigação da FAA (agência que regula aviação e lançamentos espaciais comerciais nos EUA) apontou que temperaturas mais altas do que o esperado resultaram numa falha no bocal do motor.

“Durante o acidente, os sistemas a bordo do veículo de lançamento detectaram a anomalia, abortaram a operação, separaram a cápsula do módulo de propulsão como planejado e desligaram o motor”, disse a FAA. O fato de a cápsula ter sido ejetada imediatamente sugere que uma eventual tripulação teria ficado a salvo.

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