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Mundo

China e Síria anunciam ‘colaboração estratégica’

Assad, no poder desde o ano 2000, fez sua primeira viagem oficial à China em quase duas décadas

Redação Jornal de Brasília

22/09/2023 14h55

O presidente chinês, Xi Jinping, recebeu, nesta sexta-feira (22), seu homólogo sírio, Bashar al Assad, e ambos acordaram “uma colaboração estratégica” entre seus países, um apoio para o regime sírio, fragilizado internacionalmente e que busca recursos para a reconstrução.

Assad, no poder desde o ano 2000, fez sua primeira viagem oficial à China em quase duas décadas.

Ele tem dois objetivos: buscar apoio financeiro para a reconstrução de seu país, devastado por um sangrento conflito desde 2011, e continuar reabilitando a imagem internacional de seu regime, isolado durante algum tempo e acusado de cometer atrocidades durante a guerra.

Xi recebeu Assad nesta sexta na cidade do leste da China, onde o sírio vai assistir, no sábado, à abertura dos Jogos Asiáticos, segundo a imprensa estatal.

“Hoje anunciaremos conjuntamente o estabelecimento da parceria estratégica China-Síria, que será um marco importante na história das nossas relações bilaterais”, disse Xi a Assad, segundo o canal estatal chinês CCTV.

“Diante de uma situação internacional cheia de instabilidade e incerteza, a China quer continuar trabalhando com a Síria”, acrescentou Xi, antes de destacar que “a amizade entre os dois países se fortaleceu com o tempo”.

A China é um dos poucos países fora do Oriente Médio visitados pelo presidente Assad desde o início da guerra civil síria em 2011, que virou um conflito regional. A guerra matou mais de meio milhão de pessoas, provocou o deslocamento de milhões e destruiu grande parte da infraestrutura e da indústria locais, inclusive a petroleira.

O poder sírio também é submetido a sanções internacionais.

– Ativismo chinês no Oriente Médio –

A China desempenha um papel cada vez mais dominante no Oriente Médio, como demonstrou sua mediação na aproximação diplomática, no início do ano, entre Irã – aliado da Síria – e Arábia Saudita, ambos rivais históricos.

Pequim também faz parte dos aliados de Assad e opta pela abstenção, com frequência, nas votações de resoluções contra Damasco no Conselho de Segurança da ONU.

“Agradeço a vocês e ao governo chinês por tudo o que fizeram para permanecer ao lado do povo sírio em sua casa e nas suas vicissitudes”, declarou Assad em seu encontro com Xi, segundo a agência oficial síria Sana.

“Esta visita é extremamente importante por seu momento e circunstâncias, porque está sendo formado um mundo multipolar que vai restaurar o equilíbrio e a estabilidade no mundo”, acrescentou o presidente sírio.

Em 2023, o governo sírio iniciou uma reaproximação com vários países árabes, após anos de isolamento pela guerra. Esta normalização das relações foi confirmada em maio com o regresso de Damasco à Liga Árabe e a participação do presidente sírio em uma reunião de cúpula na Arábia Saudita.

Muito ativa em uma região historicamente estratégica para os Estados Unidos, a China está promovendo no Oriente Médio seu ambicioso projeto das novas Rotas da Seda, que consiste em investimentos maciços em infraestrutura para melhorar as conexões comerciais entre Ásia, Europa e África.

A Síria aderiu ao projeto em janeiro de 2022 e espera receber investimentos significativos.

Em um comunicado sobre a “colaboração estratégica”, citado nesta sexta pela agência síria Sana, à margem da reunião entre os dois líderes, Pequim e Damasco asseguram que “reforçam a cooperação amistosa em vários âmbitos”.

“A parte chinesa continuará aportando toda a ajuda possível à Síria e apoiando os esforços sírios na reconstrução”, acrescentou o comunicado.

© Agence France-Presse

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