O Chile vai expulsar mais de cem migrantes, principalmente venezuelanos, que cruzaram a fronteira norte com a Bolívia por meio de travessias não autorizadas e de forma irregular, disse o ministro do Interior, Rodrigo Delgado, nesta terça-feira(9).
“O voo (para Venezuela e Colômbia) sai amanhã muito cedo”, anunciou Delgado, que foi nesta terça-feira para a pequena cidade fronteiriça de Colchane para verificar a situação com o grande número de pessoas, principalmente venezuelanos, que entram irregularmente no Chile vindos da Bolívia.
Boa parte das expulsões se deve a motivos “administrativos” após sua entrada irregular no Chile, e onze delas por “motivos judiciais”, explicou o ministro.
Eles serão transportados em um avião militar que parte nesta quarta-feira da cidade de Iquique (cerca de 2.100 km ao norte de Santiago), na região de Tarapacá.
Boa parte dos migrantes irregulares entra na cidade de Colchane, a 3.600 metros de altitude, para onde Delgado viajou nesta terça-feira com os ministros das Relações Exteriores, Andrés Allamand, e da Defesa, Baldo Prokurica, para anunciar medidas contra o aumento do fluxo migratório.
De acordo com as autoridades locais, 3.600 estrangeiros cruzaram irregularmente a fronteira norte em janeiro, dez vezes mais que no ano passado, e mais de 1.500 passaram por Colchane, dois deles morreram.
Depois de entrar a pé por um caminho inóspito sob temperaturas extremas, eles acampam neste pequeno povoado, habitado por comunidades indígenas Aymara, e depois seguem sua jornada para as cidades de Iquique e Santiago.
“É muito importante levar em conta a complexidade da situação. A migração venezuelana hoje se tornou uma emergência regional”, disse Allamand.
Desde 2014, quase 500.000 venezuelanos se fixaram no Chile, fugindo da crise política e econômica em seu país.
Os venezuelanos se tornaram a maior colônia estrangeira do Chile.
Em 2018, o governo de Sebastián Piñera colocou em vigor um visto de responsabilidade democrática para os venezuelanos que queiram se estabelecer legalmente, uma medida que seguiu até janeiro, confirmou a chancelaria chilena.
Este documento permite que os estrangeiros tenham carteira de identidade e facilita a sua integração no país.
Agence France-Presse