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Central ucraniana de Chernobyl volta a ficar sem energia elétrica

“Mas antes do restabelecimento completo da energia, as forças de ocupação danificaram a linha que alimenta a central nuclear de Chernobyl”, anunciou

Redação Jornal de Brasília

14/03/2022 20h44

A Ucrânia acusou o exército russo, nesta segunda-feira (14), de ter cortado mais uma vez a eletricidade na central nuclear de Chernobyl, localizada ao norte de Kiev e cenário do pior desastre nuclear do mundo em 1986 e que agora está sob controle russo.

As autoridades ucranianas afirmaram no domingo que haviam restabelecido o fornecimento de energia elétrica da central, que ainda precisa de energia para garantir a segurança dos elementos combustíveis armazenados.

“Mas antes do restabelecimento completo da energia, as forças de ocupação danificaram a linha que alimenta a central nuclear de Chernobyl”, anunciou o operador ucraniano das instalações, o Ukrenergo, no Facebook.

O grupo Ukrenergo afirma que seus técnicos repararam uma linha de alta tensão que abastecia Chernobyl e a cidade de Slavutych. Mas esta linha voltou a sofrer danos e mais funcionários terão que retornar ao local para novos reparos.

“Um abastecimento de energia elétrica estável evitará a repetição da catástrofe de Chernobyl”, afirmou Ukrenergo.

À noite, a Agência Internacional de Energia Atômica (OIEA) informou no Twitter que as autoridades ucranianas lhes informaram que “a alimentação elétrica externa” foi “restabelecida hoje depois que a linha voltou a ser danificada pelas forças de ocupação”.

“O pessoal retomou as operações para reconectar a central à rede elétrica”, acrescentou a AIEA.

A Rússia não reagiu à acusação até agora.

O reator número 4 da central de Chernobyl explodiu em 1986, provocando o pior desastre nuclear civil da história. O local está coberto por um sarcófago duplo, um construído pelos soviéticos, atualmente danificado, e outro, mais moderno, inaugurado em 2019.

Os outros três reatores da usina foram desligados gradualmente após a catástrofe, o último em 2000.

No entanto, ainda é necessário um sistema de energia elétrica para resfriar os 20.000 elementos combustíveis armazenados na piscina.

Dado o tempo decorrido desde o acidente de 1986, “a carga térmica da piscina e o volume de água de resfriamento são suficientes para garantir a remoção efetiva do calor sem eletricidade”, estimou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em 9 de março.

Por outro lado, a agência nuclear ucraniana Energoatom também acusou os militares russos nesta segunda-feira de detonar munição perto de um reator da usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, bombardeada em 4 de março e ocupada desde então pelos russos.

Durante as explosões, “os funcionários tiveram que deixar seus locais de trabalho”, escreveu a Energoatom no Telegram.

A agência não ofereceu informações sobre o nível de radioatividade no local após as explosões.

A Energoatom afirmou que 11 representantes da agência nuclear russa Rosatom estão atualmente no local e “participando” desses eventos.

“A agência russa está violando todas as normas e exigências da segurança nuclear internacional”, acusou a Energoatom, que pediu à AIEA que aja para evitar “uma catástrofe que a Rússia está preparando para todo o planeta”.

© Agence France-Presse

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