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Candidato italiano é suspenso por elogiar Hitler

O mesmo partido foi responsável por demiti-lo e pôr fim à polêmica que poderia afetar sua líder, que concorre para primeira-ministra

Redação Jornal de Brasília

20/09/2022 16h08

Foto: Reprodução / Redes sociais

Um candidato ao Parlamento italiano pelo partido pós-fascista Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), favorito nas eleições legislativas de 25 de setembro, foi suspenso por elogiar Adolf Hitler nas redes sociais. 

O mesmo partido foi responsável por demiti-lo e pôr fim à polêmica que poderia afetar sua líder, Giorgia Meloni, que concorre para a próxima primeira-ministra da Itália.

Meloni quer dar ao seu partido uma imagem respeitável e esquecer suas origens, como herdeiro do Movimento Social Italiano (MSI), o partido neofascista fundado após a Segunda Guerra Mundial por partidários de Benito Mussolini. 

Calogero Pisano, líder do partido de Meloni na província de Agrigento, Sicília, e membro da direção nacional, foi suspenso “com efeito imediato” de suas funções internas, segundo um comunicado enviado pela formação partidária à AFP nesta terça-feira.

“Ele não representa os Irmãos da Itália em nenhum nível e está proibido de usar seu logotipo”, sublinha a nota, que reconhece que ele pode ser sancionado judicialmente.

Em uma publicação no Facebook de 2014, comentando o slogan lançado pelos Irmãos da Itália – “Itália acima de tudo” – com a foto de Giorgia Meloni, Pisano comentou: “Ele me lembra um grande homem de Estado de 70 anos atrás”, especificando que não estava falando de Benito Mussolini, mas de um ‘alemão’. 

Em outras publicações, ele expressou seu apego ao fascismo histórico. 

O vice-presidente do Partido Democrata (centro-esquerda), Peppe Provenzano, reagiu ao caso denunciado pelo jornal La Repubblica.

“Raízes profundas nunca congelam”, escreveu em sua conta no Twitter, lembrando que o partido de Meloni usa como emblema a chama tricolor verde-branco-vermelha, símbolo inventado em 1946 pelo grupo de veteranos fascistas que fundou o MSI. 

Ruth Dureghello, presidente da comunidade judaica de Roma, considerou “inaceitável que alguém que elogie Hitler possa sentar-se no Parlamento”. 

Giorgia Meloni, que nos anos 1990 assegurou que Mussolini era um “bom político”, recentemente afirmou que “os saudosos do fascismo não têm lugar” em seu partido.

© Agence France-Presse

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