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Candidata à Assembleia do Equador é alvo de ataque 1 dia após assassinato de presidenciável

Estefany Puente dirigia um carro quando o veículo foi interceptado por dois criminosos, que dispararam contra o pára-brisa

Redação Jornal de Brasília

11/08/2023 16h32

Foto: Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Uma candidata à Assembleia Nacional do Equador foi alvo de um ataque nesta quinta-feira (10), um dia após o assassinato do presidenciável Fernando Villavicencio, segundo o jornal local El Universo.

Estefany Puente dirigia um carro com adesivos de outro candidato, Eduardo Mendoza, quando o veículo foi interceptado por dois criminosos, que dispararam contra o pára-brisa, do lado do motorista. Um tiro atingiu de raspão o braço da política, que recebeu atendimento médico e não corre risco de morte.

Os atiradores fugiram, e as motivações do ataque são incertas. Puente estava acompanhada do pai e de um funcionário. Uma testemunha disse que os disparos foram feitos com uma pistola traumática, usada para disparar balas de borracha. A candidata havia deixado um evento na sede de uma organização que presta serviços sociais na cidade de Quevedo, a cerca de 230 quilômetros da capital do país, Quito.

As autoridades investigam o caso e analisam imagens de câmeras de segurança. Não está claro se o ataque teve motivação política. Outra testemunha afirmou que a candidata acelerou depois de ser abordada pelos criminosos, que então atiraram. Até o momento ninguém foi preso.

“Hoje fui vítima de um crime contra a minha integridade, o que nós equatorianos vivenciamos diariamente”, escreveu Puente nas redes sociais. “Fomos esquecidos por um governo inoperante, envolto em corrupção e máfias, fruto de governos anteriores (de fugitivos) e do atual.”

Puente integra a coalizão de esquerda Claro que se Puede (claro que é possível). Também na quinta, o candidato à Presidência da aliança, o líder indígena Yaku Pérez, anunciou a suspensão dos eventos de campanha depois do assassinato do presidenciável Villavicencio, alegando motivos de segurança.

Assim, o caso ocorre num momento de comoção no Equador. Após a morte do candidato, na quarta-feira (9), em um atentado que deixou outras nove pessoas feridas, incluindo uma candidata ao Parlamento e dois policiais, o presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou estado de exceção em todo o país.

A medida será válida por 60 dias e permitirá a presença das Forças Armadas nas ruas. De acordo com o governo, o objetivo é garantir a segurança das eleições gerais, mantidas para o dia 20 de agosto.
Lasso prometeu rigor contra o crime organizado e afirmou que o assassinato de Villavicencio não ficará impune. Ele disse que terá a ajuda do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, nas investigações.

Após um velório só para familiares e amigos nesta quinta, está previsto um funeral público nesta sexta para Villavicencio. Rubén Granda, candidato a deputado pelo Movimento Construye, sigla de centro-direita pela qual o presidenciável concorria, disse que há a possibilidade de a cerimônia ocorrer na Assembleia Nacional, onde Villavicencio legislou até três meses atrás, ou no Centro de Exposições da capital.

Morto aos 59 anos, Villavicencio era casado com Verónica Saráuz, com quem teve três filhos. Foi ela quem escutou os disparos e chamou a polícia quando sua casa foi alvejada em 2 de setembro de 2022 por homens que estavam em carros, em um atentado anterior contra o político.

O candidato ficou conhecido por denunciar casos de corrupção enquanto era jornalista investigativo e deputado. Ele teve longa trajetória na esquerda, mas mais recentemente se movimentou ao centro.
Villavicencio era um dos oito candidatos da corrida presidencial e chegou a aparecer em segundo lugar numa pesquisa de intenção de voto feita pelo instituto Cedatos e divulgada no mês passado.

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