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Bolívia apreendeu 33 toneladas de cocaína em 2023, 63% a mais que em 2022

Neste país, o consumo da folha de coca, matéria-prima dessa droga, é legal, e o cultivo é autorizado até um máximo de 20.000 hectares

Redação Jornal de Brasília

16/01/2024 18h08

A Bolívia apreendeu 33 toneladas de cocaína no ano passado, um aumento de 63% em relação a 2022, de acordo com o relatório de combate ao tráfico de drogas apresentado nesta terça-feira (16) pelo governo do presidente Luis Arce.

“Encerramos com a apreensão de mais de 32,93 toneladas entre cloridrato de cocaína e pasta base”, disse o ministro do Interior, Eduardo Del Castillo, durante uma cerimônia policial em La Paz.

O número representa um aumento de 63% em relação a 2022, quando foram apreendidas 20 toneladas dessa droga. Del Castillo também relatou a apreensão de 372 toneladas de maconha no ano passado.

A Bolívia é considerada pela ONU o terceiro maior produtor mundial de cocaína, depois da Colômbia e do Peru.

Neste país, o consumo da folha de coca, matéria-prima dessa droga, é legal, e o cultivo é autorizado até um máximo de 20.000 hectares. Em 2023, a área plantada atingiu cerca de 30.000 hectares.

“Somos um governo que revaloriza a folha de coca, mas também temos pleno conhecimento de que existe uma sobreprodução de folha de coca, e estamos erradicando isso”, afirmou o ministro.

O governo informou que 88% dos laboratórios para fabricação de cocaína na Bolívia estão no Trópico de Cochabamba, no centro do país.

Essa área abriga a poderosa Federação de Cocaleros, cujo líder, o ex-presidente Evo Morales (2006-2019), tem sido muito crítico de Arce, seu ex-aliado e ex-ministro da Economia.

O ex-presidente denunciou uma suposta permissividade do governo com o tráfico de drogas, após a fuga do traficante uruguaio Sebastián Marset com a aparente cumplicidade de autoridades.

Marset estava escondido no departamento de Santa Cruz e fugiu do país, segundo relatórios de inteligência.

Durante a apresentação do relatório antidrogas, o ministro Del Castillo refutou as acusações de Morales.

“Nosso país foi o que mais afetou este conhecido narcotraficante em questões patrimoniais, com mais de US$ 30 milhões [R$ 147 milhões], e conseguimos desmantelar toda a sua organização criminosa”, afirmou.

 

© Agence France-Presse

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