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Biden se engaja em campanha eleitoral para salvar os democratas

Joe Biden optou por apresentar-se como defensor das classes trabalhadoras e garantidor da democracia

Redação Jornal de Brasília

03/11/2022 18h46

Foto: Brendan Smialowski / AFP

O presidente Joe Biden continuou nesta quinta-feira (3) tentando evitar que o Congresso caia nas mãos dos republicanos nas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, daqui a cinco dias.

O presidente democrata partiu para o Novo México e a Califórnia, estados do oeste americano onde seu partido costuma colher bons frutos. Em seguida, Biden viajará para a Pensilvânia (nordeste), onde a votação é mais acirrada, e Chicago, outro reduto democrata.

Seu antecessor republicano, Donald Trump, viaja para o Iowa nesta quinta-feira, um estado rural do Meio-Oeste que costuma inclinar-se mais para os republicanos.

Tendo em vista as eleições de 8 de novembro, que correm o risco de paralisar politicamente seu mandato, Joe Biden optou por apresentar-se como defensor das classes trabalhadoras e garantidor da democracia.

Em uma universidade pública do Novo México, o presidente lembrará que eliminou parcialmente as dívidas contraídas por milhões de estudantes para pagar seus estudos.

Biden “também mencionará as consequências desastrosas para a classe média americana se os republicanos seguirem em frente com seu plano de privar milhões de pessoas do alívio da dívida, enquanto dão US$ 3 trilhões para gigantes farmacêuticas, multinacionais e ultrarricos”, afirmou a Casa Branca, resumindo à sua maneira os projetos econômicos dos conservadores.

Os democratas vão para as eleições de 8 de novembro, que podem lhes custar a maioria no Congresso, com duas mensagens: Joe Biden é o presidente da classe média e o defensor da democracia.

O presidente democrata de 79 anos sabe que muito está em jogo nessas eleições, nas quais toda a Câmara de Representantes, mais de um terço do Senado, bem como vários governadores e cargos locais serão renovados. Na quarta-feira à noite, Biden fez um discurso dramático sobre a democracia.

Ele teme que as eleições de meio de mandato não apenas mudem o equilíbrio de forças no Congresso, mas também levem ao poder governadores e prefeitos simpatizantes de Trump.

“Caos”

Biden avaliou que, ao negar o resultado das últimas eleições presidenciais e ameaçar contestar as eleições da próxima semana, os republicanos mais radicais que defendem o ex-presidente Donald Trump podem mergulhar o país no “caos”.

No pequeno estado de Rhode Island, o último clipe da campanha democrata, por exemplo, usa imagens do ataque ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021 por apoiadores de Donald Trump.

Resta saber se a mobilização de Biden e de outras personalidades, como o ex-presidente Barack Obama, surtirá efeito. Por enquanto, as pesquisas apontam para um favoritismo dos republicanos.

Os conservadores não esperam ganhar apenas o controle da Câmara de Representantes, como indicam as pesquisas, mas também do Senado, para o qual as previsões são menos claras.

O Partido Republicano concentra seu discurso na alta dos preços e no aumento da criminalidade, o que atribui à política de Biden.

Já os democratas defendem o direito ao aborto e querem protegê-lo com uma lei federal caso ganhem as eleições.

Essas eleições se tornaram de certa forma um confronto indireto entre Donald Trump e Joe Biden, antes das eleições presidenciais de 2024.

Biden disse que pretende concorrer à reeleição, mas não tem o apoio de todo o partido devido à sua idade (em breve fará 80 anos) e sua impopularidade. Uma derrota na próxima semana o deixará ainda mais enfraquecido.

Já Trump escolheu Iowa, um estado de pouca relevância nas eleições de meio de mandato, mas onde tradicionalmente é iniciada a campanha pela indicação dos candidatos à Casa Branca.

© Agence France-Presse

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