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Biden mergulha de volta na campanha após garantir revanche com Trump

Em um discurso diante de seus apoiadores em Milwaukee, Wisconsin, o democrata criticou seu rival republicano por descrever os imigrantes como “pragas”

Redação Jornal de Brasília

13/03/2024 21h47

Foto: SAUL LOEB / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, volta nesta quarta-feira (13) a se concentrar em sua agenda eleitoral, um dia depois de ter conquistado a nomeação do seu partido, assim como seu adversário Donald Trump, para aquela que se apresenta como uma das campanhas mais longas e amargas para a Casa Branca.

Biden inicia uma viagem de dois dias pelos disputados estados de Michigan e Wisconsin (norte), nos quais superou Trump na campanha eleitoral de 2020 e onde precisa ganhar novamente para garantir sua reeleição.

Em um discurso diante de seus apoiadores em Milwaukee, Wisconsin, o democrata criticou seu rival republicano por descrever os imigrantes como “pragas”.

“Muitos de vocês me ajudaram em 2020 e garantimos que ele fosse um perdedor. E vamos garantir que isso aconteça novamente, certo?”, disse Biden a apoiadores e voluntários locais em Milwaukee, mesma cidade onde Trump e seu partido realizarão a Convenção Nacional Republicana em julho.

Biden tem se dedicado a chamar repetidamente Trump de perdedor, sabendo que isso irrita o ex-presidente derrotado, que ainda se recusa a reconhecer a vitória do democrata há quatro anos.

O atual presidente, de 81 anos, e o republicano, de 77, confirmaram na terça-feira o que parecia um desfecho inevitável, após alcançarem o número suficiente de delegados para garantir a nomeação democrata e republicana, respectivamente, como candidatos nas eleições de novembro de 2024.

Os Estados Unidos enfrentam agora uma batalha vital e de forte rancor que se estenderá por quase oito meses.

Os candidatos não escondem o ressentimento pessoal existente entre eles, sobretudo após a vitória de Biden em 2020.

“Somos um país de imigrantes. Eles não são uma praga”, disse Biden, em referência aos comentários feitos por Trump no ano passado. Trump também afirmou que os imigrantes “envenenam o sangue de nosso país”.

O presidente falará depois em Saginaw, Michigan, na quinta-feira, onde provavelmente continuará atacando Trump.

Michigan e Wisconsin integram o “Muro Azul”, junto com a Pensilvânia, estado natal de Biden, que Trump faturou em 2016 após anos de controle democrata, e que o atual presidente recuperou por poucos votos de diferença quatro anos depois.

‘Ressentimento e vingança’

Em uma prévia dos meses de fogo cruzado que estão por vir, ambos se atacaram mutuamente após a confirmação de suas candidaturas na terça.

Biden arremeteu contra a “campanha de ressentimento e vingança” de Trump, destacando a promessa do republicano de perdoar seus apoiadores que invadiram violentamente o Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e afirmando que estes militantes “colocaram uma adaga no pescoço da democracia americana”.

O magnata do setor imobiliário e ex-astro de reality shows enfrenta uma série de ações judiciais, incluindo demandas sobre os ataques ao Capitólio. Biden também o comparou aos nazistas por sua dura retórica contra os imigrantes.

Trump respondeu às declarações chamando o democrata de o “pior, mais incompetente, corrupto e destrutivo presidente da história dos Estados Unidos” nas redes sociais.

A rivalidade cáustica entre ambos se estendeu para muitos aspectos na cada vez mais tóxica vida política nos Estados Unidos.

Na terça-feira, o depoimento do procurador especial que investigou o tratamento de documentos confidenciais por Biden e fez comentários polêmicos sobre sua idade e memória rapidamente se transformou em uma luta partidária.

Democratas e republicanos aproveitaram o comportamento contrastante entre Biden e Trump, que também foi alvo de acusações de manuseio indevido de documentos confidenciais e também enfrenta questionamentos relacionados a erros atribuídos à sua idade.

A posição dos Estados Unidos no cenário internacional também foi afetada, e seus aliados estão alarmados porque os republicanos bloqueiam no Congresso um pacote de 60 bilhões de dólares (R$ 299 bilhões na cotação atual) em ajuda militar vital à Ucrânia em sua luta contra a invasão russa lançada em fevereiro de 2022.

Biden autorizou US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão) em ajuda emergencial para Kiev na terça-feira. Trump, por outro lado, já ameaçou cortar o auxílio e incentivou a Rússia a invadir países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que não cumprirem suas dívidas com a organização.

© Agence France-Presse

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