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Ataque em metrô de Nova York vem na esteira de aumento da violência no transporte da cidade

Cerca de 78% dos residentes de Nova York já completaram o primeiro esquema vacinal, de acordo com dados oficiais atualizados

FolhaPress

12/04/2022 13h19

Foto: Reprodução

O tiroteio em uma estação de metrô de Nova York, nos Estados Unidos, nesta terça-feira (12), que deixou ao menos 13 pessoas feridas, acontece em meio a um cenário de crescente violência no sistema metroviário da cidade americana, o que já pressionava as autoridades locais por medidas que promovam a segurança pública.

Relatório divulgado pela Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA, na sigla em inglês) em janeiro mostra que os assassinatos nesse ambiente cresceram 33% em 2021 em comparação com o ano anterior.

Oito pessoas foram mortas no metrô de Nova York no último ano, duas a mais que em 2020. A cifra é a maior desde 2005, quando cinco foram assassinadas. Número ainda mais expressivo é o de agressões: 461 foram relatadas em 2021, 30 das quais de vítimas empurradas nos trilhos. O dado exibe aumento de 30% em relação ao ano anterior e é o maior desde 1998, quando 418 agressões foram contabilizadas.

Por dia, 4,8 episódios de violência ocorreram em estações da cidade mais populosa dos EUA. A conta inclui assassinatos e agressões, bem como casos de roubo e estupro. Pelo menos oito pessoas foram abusadas sexualmente no sistema de metrô, e 529, roubadas.

Outro cálculo produzido pela MTA e publicado pelo jornal americano The New York Times ilustra que, somente nos três primeiros meses de 2021, ocorreu 1,63 crime violento no metrô para cada milhão de passageiros. O número é superior ao índice de 1,48 crime por milhão de passageiros no mesmo período de 2020 e ainda maior que a média de 1 crime por milhão no primeiro trimestre de 2019.

Especialistas, no entanto, sinalizam que o aumento do número de passageiros no último ano, quando as restrições sanitárias para conter a pandemia foram afrouxadas, deve ser levado em conta para analisar o crescimento da violência no transporte público.

Ao site noticioso Business Insider John DeCarlo, criminologista da Universidade de New Haven, de Connecticut, lembrou que o aumento das taxas de vacinação e o retorno ao trabalho presencial devem ser colocados na balança. “O número de passageiros é maior, e, em criminologia, um dos fatores mais importantes é a densidade populacional. Se há mais pessoas, haverá mais crimes.”

Cerca de 78% dos residentes de Nova York já completaram o primeiro esquema vacinal, de acordo com dados oficiais atualizados. Entre os adultos, a parcela de pessoas com dose única ou duas doses chega a 87,5 %. Já entre as crianças, fica em 58%. Cerca de 37% da população local também já recebeu a dose de reforço do imunizante.

A violência no transporte público se desdobrou em mais um problema com o qual o prefeito da cidade, o democrata Eric Adams, tem de lidar nos meses iniciais de sua gestão. Segundo prefeito negro a comandar a cidade, ele prometeu promoverá parcerias entre policiais e profissionais de saúde mental para mitigar o que chamou de distúrbio no sistema de metrô.

O democrata, um ex-capitão da polícia nova-iorquina, também anunciou em janeiro um pacote maior descrito como um plano para acabar com a violência armada em Nova York. A medida envolve o envio de equipes adicionais de agentes públicos a 30 das 77 delegacias da cidade.

Nova York registrou 488 assassinatos no último ano, um aumento de 5,6% em relação a 2020. Os tiroteios, que somaram 1.532 em 2020 -o dobro que no ano anterior-, aumentaram 2% em 2021, de acordo com estatísticas mais recentes da cidade.

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