SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Ataques aéreos atingiram nesta quarta-feira (11) uma escola administrada pelas Nações Unidas na Faixa de Gaza que abrigava famílias palestinas forçadas a se deslocar durante o conflito entre Israel e o Hamas.
Segundo médicos citados pela agência Associated Press, dezenas de pessoas foram mortas e feridas.
A escola fica no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza. Pelo menos duas casas na região também foram atingidas. Diretores de hospitais locais afirmaram à agência que 34 pessoas morreram, incluindo duas crianças e uma mulher. Outras 19 pessoas ficaram feridas.
O Exército de Israel disse que os alvos foram integrantes do Hamas e que os militares tomaram ações para mitigar os danos aos civis. Os terroristas estariam planejando novos atentados de dentro da escola.
“A organização terrorista Hamas viola sistematicamente o direito internacional, explorando brutalmente as instituições civis e usando a população como escudo humano para que sejam feitas atividades terroristas”, disse em nota o Exército israelense, segundo o jornal The Times of Israel.
O Hamas e a ONU não tinham se manifestado. A ofensiva ocorreu um dia após um ataque de Israel em uma área humanitária no sul de Gaza matar dezenas de pessoas, segundo o grupo terrorista.
A Defesa Civil do território palestino, controlada pelo Hamas, chegou a dizer que 40 pessoas tinham sido mortas na zona humanitária que fica na região de de Khan Yunis. Mais tarde, o Ministério da Saúde de Gaza, também subordinado à facção terrorista, falou em 19 -os números não puderam ser verificados de forma independente.
Assim como nesta quarta, militares de Israel também confirmaram a ação na véspera, mas não mencionaram mortes de civis e afirmaram que o alvo foi um centro de comando da facção.
Israel tem feito nos últimos dias uma série de ataques contra escolas em Gaza. Em 10 de agosto, um bombardeio deixou quase cem mortos em uma instituição de ensino que também vinha sendo usada como abrigo para deslocados pelo conflito, segundo autoridades palestinas.
Dois dias antes, ataques contra outras duas escolas em Gaza já tinham deixado ao menos 18 mortos. No dia 4, bombardeios a dois colégios na Cidade de Gaza mataram pelo menos 30 pessoas. No dia 3, outra ofensiva de Israel matou 15 pessoas em uma instituição de ensino no bairro de Sheikh Radwan.
Em todos os casos, autoridades israelenses afirmaram que os alvos foram terroristas do Hamas.
Desde o começo da guerra, mais de 41 mil pessoas foram mortas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. De acordo com o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês), 90% da população do território de 2,3 milhões de pessoas tiveram de se deslocar no conflito, que completou 11 meses no último dia.