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Artesãos restauram os vitrais da Catedral de Notre-Dame de Paris afetados pelo incêndio

Em 15 de abril de 2019, um gigantesco incêndio devastou esta obra-prima da arte gótica, causando o colapso de sua moldura

Jornal de Brasília

24/07/2022 9h26

Artesãos franceses e alemães realizam o processo de limpeza e restauração dos vitrais da Catedral de Notre-Dame de Paris, que sobreviveram ao incêndio em abril de 2019. Esta é uma das primeiras operações de restauração no interior da catedral, que visam sua reabertura em 2024.

“Uma meta ambiciosa”, reconheceu na sexta-feira Jean-Louis Georgelin, general do exército francês, responsável por supervisionar a restauração do edifício.

Em 15 de abril de 2019, um gigantesco incêndio devastou esta obra-prima da arte gótica, causando o colapso de sua moldura, sua famosa agulha, seu relógio e parte de sua abóbada, diante do olhar atônito de milhões de pessoas em todo o mundo.

Oito oficinas francesas e pintores de vitrais da Catedral de Colônia (Alemanha Ocidental) trabalham na recuperação dos vitrais da nave, do coro, do transepto e da sacristia, disse a instituição pública que administra a conservação e restauração da Catedral.

Os vitrais das capelas e tribunas estão sendo limpos diretamente em Notre-Dame.

A mestre vidraceira Flavie Vincent-Petit é responsável por várias das 39 “janelas” da igreja, “de 3 metros de largura e entre 8 e 9 metros de altura”, explica à AFP.

“Os vitrais do coro são do século XIX e neles estão representadas figuras bíblicas e religiosas. Naquela época, o arquiteto Viollet Le Duc buscava recuperar a luz filtrada da Idade Média”, explica Vincent-Petit. “Os da nave são da década de 1960 e são de inspiração abstrata”, acrescenta.

Apenas as rosáceas da igreja datam da época medieval, e “não foram afetadas pelo incêndio, pelo que não estão incluídas no programa de restauro”, explica esta artesã.

O processo de limpeza, em que trabalham cerca de quinze mestres vidraceiros franceses, começa com o desmantelamento dos vitrais, montados com chumbo num suporte denominado “serralheiro”, documentando o seu estado e numerando-os.

Em seguida, eles aspiram as partículas de poeira, esfregam a sujeira com almofadas de algodão embebidas em uma mistura de água e álcool e consertam as rachaduras.

Esses vitrais nunca foram limpos desde que foram instalados há mais de 150 anos, mas por baixo da sujeira há uma cor que não mudou desde então, observa Vincent-Petit.

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© Agence France-Presse

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