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Arábia Saudita não retornará relação com Israel até planos para Estado palestino, diz diplomata

De acordo com ele, os conflitos antecedem a guerra lançada em 7 de outubro de 2023 e são reflexos do passado, em um ciclo de violência que impede a estabilidade do Oriente Médio

Redação Jornal de Brasília

22/01/2024 10h27

Foto: AFP

O principal diplomata da Arábia Saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, afirmou neste domingo, 21,que o país não normalizará as relações com Israel nem contribuirá para a reconstrução de Gaza sem um caminho “confiável e irreversível” para a criação de um Estado palestino.

“Não há ponto em falar sobre a reconstrução de Gaza, se não vamos falar sobre parar a matança”, afirmou Faisal, ao ser questionado se a Arábia Saudita financiaria eventualmente a reconstrução da região, em entrevista à CNN.

De acordo com ele, os conflitos antecedem a guerra lançada em 7 de outubro de 2023 e são reflexos do passado, em um ciclo de violência que impede a estabilidade do Oriente Médio. “Até encontrarmos uma solução ou resolução que aponte que não estaremos nessa mesma discussão no próximo ano, não estamos interessados nessa conversa”, acrescentou.

Faisal reitera que a Arábia Saudita e outros países da região estão dispostos a ajudar temporariamente no governo do enclave junto a autoridades palestinas, desde que isso faça parte de um plano maior, e aponta que o próprio consenso internacional defende uma solução de dois Estados. “Para que a região árabe veja verdadeira paz, estabilidade e integração capazes de entregar benefícios econômicos e sociais para todos, incluindo Israel, o caminho é a criação de um Estado palestino”, afirmou, acrescentando que a redução nas tensões permitiria proteger também o livre comércio e trânsito de navegações.

E sem este caminho, a Arábia Saudita não vê uma normalização das relações com Israel, respondeu o diplomata, ao ser questionado pela CNN. “Não vemos indícios de mudança na postura de Israel, não há direção estratégica e clara das operações”, comentou Faisal. “Eles estão destruindo Gaza e sua população civil, o que é inaceitável e deve parar.”

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu se opôs a qualquer forma de soberania da Palestina no pós-guerra, apesar de enfrentar crescente pressão internacional para encerrar o conflito e doméstica para resgatar em segurança os reféns sequestrados pelo Hamas, em outubro do ano passado. Nesta segunda-feira, 22, parentes de reféns israelenses interromperam uma reunião de um comitê do Parlamento para exigir ações para a libertação dos prisioneiros.

Estadão Conteúdo

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