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Afro-americano puxado por uma corda por policiais processa cidade do Texas

A imagem provocou indignação e foi uma recordação dolorosa de alguns momentos mais sombrios do passado racista dos Estados Unidos

Redação Jornal de Brasília

13/10/2020 6h46

Um homem negro que foi detido e depois puxado com uma corda por dois policiais brancos do Texas decidiu processar a cidade americana de Galveston por um milhão de dólares em danos e prejuízos, informou sua advogada à AFP.

Donald Neely foi detido em agosto de 2019 por invasão de propriedade por dois agentes da polícia montada, que o algemaram, amarraram uma corda e o levaram desta maneira.

A imagem provocou indignação e foi uma recordação dolorosa de alguns momentos mais sombrios do passado racista dos Estados Unidos, incluindo o acorrentamento de escravos e o linchamento de negros no sul do país.

Neely foi conduzido a pé por uma corda por vários quarteirões no centro da cidade costeira do Texas, sob os olhares de várias pessoas, algumas das quais fotografaram o incidente.

Uma foto em particular viralizou nas redes sociais e provocou indignação pelo tratamento degradante ao homem detido.

Em uma ação apresentada em 7 de outubro, Neely afirma que o tratamento da polícia foi “extremo e indigno”.

“Neely sentiu que era exibido como se fosse um escravo”, afirma a demanda, que destaca que o detido sofreu humilhação e medo pelas ações dos policiais.

Neely está solicitando um milhão de dólares como forma de compensação.

“O que aconteceu com Donald simplesmente foi errado”, disse a advogada Julie Ketterman, “Ele quer fazer todo o possível para assegurar que não aconteça com mais ninguém”.

No momento da detenção, Neely, que sofre de problemas de saúde mental, era um morador de rua. Os dois policiais o encontraram dormindo na entrada de um prédio.

O chefe de polícia de Galveston, Vernon Hale, que também é afro-americano, afirmou que os policiais recebem treinamento para a técnica utilizada, mas que a força de segurança decidiu interromper o uso e pediu desculpas a Neely.

© Agence France-Presse

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