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Mundo

Acusado se declara culpado de vazar segredos do Pentágono

Teixeira foi preso em 13 de abril, em uma operação dramática, transmitida ao vivo pela TV

Redação Jornal de Brasília

04/03/2024 21h08

Foto: AFP

O militar americano acusado de vazar na internet documentos ultrassecretos do Pentágono declarou-se culpado, nesta segunda-feira (4), perante um tribunal federal, em virtude de um acordo no qual aceitou uma pena de prisão de mais de 16 anos em troca da retirada das acusações de espionagem mais graves.

Jack Teixeira, de 22 anos, declarou-se culpado em Boston de seis acusações de divulgação intencional de informações sobre defesa nacional, mas, pelo acordo fechado entre os promotores e seus advogados, ele não enfrenta acusações de espionagem.

Em contrapartida, Teixeira será sentenciado a até 16 anos e 8 meses de prisão, segundo o acordo, e terá que pagar uma multa de 50.000 dólares (R$ 247.000) e ajudar os funcionários de inteligência a compreenderem o alcance e o impacto de suas revelações feitas na plataforma de redes sociais Discord.

“Teixeira ignorou friamente a segurança nacional dos Estados Unidos e traiu seu juramento solene de defender o país e a confiança do povo americano”, declarou o vice-procurador-geral de Massachusetts, Matthew Olsen.

Quando o juiz principal lhe perguntou se tinha alguma objeção em relação às provas, Teixeira disse que não. Quando perguntado se sabia que os documentos eram classificados, respondeu: “Sim, meritíssimo”.

Teixeira, que atuava na Guarda Nacional Aérea como especialista em informática e comunicação na base de Cape Cod, perto de Boston, foi preso em abril do ano passado por supostamente orquestrar o vazamento mais prejudicial de documentos reservados dos Estados Unidos em uma década.

Os vazamentos revelaram, em especial, as preocupações dos serviços de inteligência dos Estados Unidos sobre a viabilidade de uma contraofensiva ucraniana contra as forças russas. Também sugeriam que Washington coleta informações classificadas sobre seus aliados mais próximos, como Israel e Coreia do Sul.

Matthew Olsen ressaltou que “as revelações ilegais afetaram a capacidade do serviço de inteligência, comprometeram fontes e métodos e cegaram os Estados Unidos diante das ameaças de nações hostis e grupos terroristas”.

Teixeira foi preso em 13 de abril, em uma operação dramática, transmitida ao vivo pela TV. Se tivesse enfrentado acusações sob a Lei de Espionagem, poderia ter sido condenado à prisão perpétua.

© Agence France-Presse

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