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A Rússia prevê forte aumento do gasto militar em 2025 para seguir com sua ofensiva na Ucrânia

Desde 2022, ano em que Moscou lançou uma invasão contra o país vizinho, o Kremlin já havia aumentado o gasto militar em níveis nunca vistos desde a época da União Soviética

Redação Jornal de Brasília

30/09/2024 12h57

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Foto: YURIY DYACHYSHYN / AFP

A Rússia planeja aumentar seu gasto militar em quase 30% em 2025, o que confirma a determinação do Kremlin em continuar com a ataque na Ucrânia, apesar do custo econômico e humano.

Desde 2022, ano em que Moscou lançou uma invasão contra o país vizinho, o Kremlin já havia aumentado o gasto militar em níveis nunca vistos desde a época da União Soviética.

O projeto de lei do orçamento para 2025 foi apresentado nesta segunda-feira (30), no segundo aniversário da anexação reivindicada pela Rússia de quatro regiões ucranianas, as quais Moscou não controla totalmente.

Em um vídeo publicado para marcar a data, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que “todos os objetivos estabelecidos serão alcançados” na Ucrânia.

Com essa meta em vista, o Kremlin decidiu continuar seus enormes investimentos na área de Defesa.

O gasto militar alcançará no próximo ano cerca de 13,5 trilhões de poupança (cerca de R$ 787 bilhões), em comparação aos 10,4 trilhões de 2024 (cerca de R$ 606 bilhões).

O texto ainda precisa ser aprovado pelo Parlamento antes de ser promulgado pelo presidente Vladimir Putin.

– Conflito longo –

O Kremlin prevê um conflito prolongado com a Ucrânia e não parece preocupado com o fato de sua economia depender cada vez mais de pedidos militares, apesar da inflação em torno de 9% que diminui o poder aquisitivo dos russos.

Até 2025, o gasto militar representará mais do que o dobro do investimento em política social.

Em contrapartida, a Ucrânia – que depende em grande parte do apoio financeiro e militar dos países ocidentais – prevê destinar mais de 60% do seu orçamento no próximo ano para defesa e segurança (cerca de 54 bilhões de dólares ou R$ 294 bilhões).

O líder russo compartilhou em seu vídeo que uma operação iniciada em fevereiro de 2022 na Ucrânia foi um “acontecimento fatídico”, mas segundo ele, necessário para proteger os habitantes da língua russa da “Nova Rússia” – um projeto de integração de Moscou para o sul e o leste da Ucrânia – contra a “ditadura neonazista”, segundo ele, no poder em Kiev.

A Ucrânia nega qualquer política de opressão de pessoas etnicamente russas ou de língua russa, que continua sendo a língua materna de muitos ucranianos.

Há dois anos, Vladimir Putin assinou e oficializou a anexação das regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, no leste, Zaporizhzhia e Kherson, no sul.

Nessas regiões, que Moscou controla apenas parcialmente, votaram a favor de sua adesão à Rússia em referendos que nem Kiev nem a comunidade internacional regularizam.

A península ucraniana da Crimeia, por sua vez, foi anexada por Moscou em 2014 nas mesmas condições.

A Rússia reivindica frequentemente a tomada de localidades ucranianas, quase sempre na região de Donetsk, onde se concentra a sua ofensiva.

O Kremlin continuou seu avanço no leste nos últimos meses, aproveitando sua vantagem em relação aos soldados ucranianos, que estão em menor número e possuem armamento inferior.

O Exército Russo afirmou nesta segunda-feira que tomará a localidade ucraniana de Nelipivka, situada ao norte da disputada cidade de NiuYork e a menos de cinco milhas ao sul de Toretsk, cidade que está sob ataque russo há semanas.

As tropas russas também estão se aproximando de Pokrovsk, uma grande localidade mineradora e um eixo estratégico para a logística do Exército Ucraniano.

Para tentar conter o avanço das tropas russas, a Ucrânia lançou em 6 de agosto uma expedição na região russa de Kursk, mais ao norte, que pegou Moscou de surpresa, mas as tropas russas continuaram conquistando terreno no leste ucraniano.

© Agence France-Presse

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