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Economia

Robôs ajudam na exploração de petróleo e gás

As novas soluções desenvolvidas com a participação dos Institutos Senai de Inovação são finalistas do prêmio ANP de Inovação Tecnológica

Redação Jornal de Brasília

12/07/2021 11h48

Foto: Henrique Fontes / EESC

A exploração de petróleo e gás é uma atividade complexa e envolve a realização de tarefas perigosas em ambientes desafiadores. O uso de robôs é um aliado fundamental nessas operações. A busca por soluções robóticas conta com a parceria dos Institutos Senai de Inovação para atender as demandas do setor. As novas tecnologias auxiliam na segurança dos trabalhadores e também na redução de custos das atividades.

Entre as inovações tecnológicas, o projeto intitulado Annelida chama atenção. O?Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados, de Florianópolis (SC), desenvolveu um robô para reduzir perdas na substituição de dutos danificados. A pesquisa foi realizada em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Polímeros, de São Leopoldo (RS), e com as universidades de São Paulo (USP) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), além da Petrobras.

O petróleo sai do solo a uma temperatura de 60 a 70 graus C, mas vai se resfriando ao passar pelo oceano, um percurso de até 15 quilômetros de distância com até 3 quilômetros de profundidade, podendo chegar à temperatura de quatro graus. O ambiente de baixa temperatura e alta pressão favorece a formação de hidratos e parafinas, que aderem à parede do duto, causando obstruções parciais ou até mesmo totais da linha.

Para realizar a quebra de hidrato e a remoção de parafina em dutos submarinos rígidos e flexíveis, o robô é inserido na linha a partir da plataforma. O aparelho se desloca até a obstrução, passando por curvas de até vinte polegadas de raio, realiza a remoção através de uma reação controlada de aquecimento, retorna para a plataforma e é recolhido.

Assim, evita perdas por lucro cessante, possibilitando que linhas inutilizadas voltem a produzir. A expectativa é aumentar a produtividade das plataformas através da recuperação de linhas desativadas, que se encontram anos paradas por obstruções, além da economia de centenas de milhões com a redução dos custos e da duração das intervenções.

Como é um processo complexo, ao longo desse projeto foram desenvolvidas 14 novas tecnologias, incluindo sensoriamento, transmissão de potência elétrica, vasos de pressão para proteção da eletrônica, locomotivas hidráulicas para movimentação dentro de dutos e até um sistema para visualização do robô através de Realidade Virtual. Toda a pesquisa passou por diversos testes e provas de conceito, com resultados positivos. A solução deve ser utilizada pela Petrobras em testes em campo a partir do próximo ano.?

Tecnologia submarina

O Instituto de Automação da Produção (BA) também desenvolveu um robô autônomo para intervenção sem sonda em poços submarinos de petróleo. Chamado de Robin, o robô é levado para o poço com a utilização de um barco de apoio, ao invés de uma sonda ou embarcação equivalente.

O barco realiza a descida de um casulo contendo o equipamento. O robô, então, se desloca autonomamente até o local da intervenção, utilizando um mecanismo bi-helicoidal de deslocamento, com sistema de pressão contra a parede.?

Para o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, os projetos mostram a importância de investir e incentivar a inovação no país. “O setor de óleo e gás é um dos setores que mais investe em inovação industrial. Esses projetos consolidam a marca dos Institutos Senai de Inovação como provedor de soluções de alta complexidade para a indústria do país”, destaca.

Prêmio de inovação tecnológica

Os projetos do Senai entre os finalistas do?Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2020. A instituição concorre com o Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados (SC), o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos (RJ), o Instituto Senai de Inovação em Automação da Produção (BA) em parceria com o Instituto Senai de Tecnologia em Automação e Simulação (RJ).

Não é a primeira vez que o robô Annelida é destaque na premiação nacional. A pesquisa foi finalista pela ANP, em 2019, quando ainda estava em desenvolvimento (veja o vídeo demonstrativo do projeto). Agora, novos avanços na pesquisa levam o robô novamente ao posto de finalista no prêmio de 2020. Além disso, em junho deste ano deu-se início a segunda fase do desenvolvimento, que prevê testes em campo até mesmo em plataformas em operação e que possuem linhas desativadas por obstrução.

“Esta conquista, que repete o feito de 2019, é uma amostra do potencial de inovação que está à disposição da nossa indústria nos Institutos Senai de Inovação. É um importante reconhecimento da capacidade técnica dos profissionais e de seu compromisso com o desenvolvimento da indústria nacional. Temos bons e importantes projetos em andamento e uma premiação como essa traz ainda mais motivação e incentivo aos pesquisadores e desenvolvedores”, destaca o presidente da FIESC, Mário Cezar de Aguiar.

A premiação tem como objetivo reconhecer as pesquisas que representem interesse dos setores de petróleo, gás natural e biocombustíveis. Os projetos são desenvolvidos no Brasil por instituições de pesquisa credenciadas pela?ANP, empresas brasileiras e empresas petrolíferas.

Os Institutos do Senai possuem pesquisadores qualificados, equipamentos e infraestrutura de vanguarda para desenvolvimento de produtos e processos inovadores, assim como para a oferta de serviços de consultoria e metrologia.?A rede de 60?Institutos Senai de Tecnologia?possui corpo técnico de cerca de 1.200 especialistas e consultores que prestam serviços buscando melhorar a qualidade de produtos e serviços, a produtividade e a competitividade dos negócios.

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