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Economia

Puxada por combustível, prévia da inflação em setembro chega a 0,35%

Como resultado, a taxa de inflação acumulada em 12 meses subiu pelo segundo mês consecutivo – de 4,24%, no mês passado, para 5%

Redação Jornal de Brasília

26/09/2023 20h48

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Os reajustes dos combustíveis aceleraram a prévia da inflação oficial em setembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) saiu de 0,28%, em agosto, para 0,35% neste mês, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 26, pelo IBGE. Como resultado, a taxa de inflação acumulada em 12 meses subiu pelo segundo mês consecutivo – de 4,24%, no mês passado, para 5%. A meta fixada para o ano é de 3,25%, com margem de tolerância entre 1,75% e 4,75%.

Apesar da alta, analistas ressaltaram que o chamado índice de difusão – que mostra a proporção de itens com aumentos de preços – caiu para 43,9% na prévia do IPCA de setembro, já descontados os efeitos sazonais. Trata-se do menor nível da série histórica, calculou o Santander Brasil.

“A leitura foi novamente favorável em termos qualitativos”, afirmaram os economistas do banco Daniel Karp e Adriano Valladão

Também na avaliação do economista João Fernandes, da gestora de investimentos Quantitas, o resultado apurado pelo IBGE corrobora a percepção de que a inflação corrente continua com dinâmica “benigna” e que não deve ser um “problema severo” para a economia brasileira. “Esse IPCA-15 foi misto, com várias sutilezas no número. Mas, no líquido, parece que dá continuidade à tendência benigna”, disse Fernandes.

Maior peso

Após os reajustes nas refinarias em meados de agosto, o preço da gasolina registrou uma alta de 5,18% no varejo, respondendo por aproximadamente 72% da taxa do IPCA-15 deste mês. Pressionados também pelos aumentos das passagens aéreas e do óleo diesel, os custos das famílias com transporte avançaram 2,02% em setembro, uma pressão de 0,41 ponto porcentual na prévia da inflação. 

Na direção oposta, três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE registraram deflação em setembro: alimentação e bebidas (-0,77%), artigos de residência (-0,47%) e comunicação (-0,15%). Os preços dos alimentos nos supermercados recuaram 1,25% em setembro. As famílias pagaram menos pela batata-inglesa (-10,51%), cebola (-9,51%), feijão carioca (-8,13%) e leite longa-vida (-3,45%), entre outros produtos.

Para o C6 Bank, o resultado não muda a previsão de alta de 5,4% da inflação em 2023, seguida de aumento de 5,5% em 2024. “Entre os fatores que influenciam essa trajetória, está o mercado de trabalho aquecido, que pressiona a inflação de serviços, um importante termômetro de para onde vai a inflação geral. A taxa de desemprego se encontra abaixo da média histórica brasileira, dificultando a desaceleração da inflação de serviços e, portanto, trazendo desafios para a convergência da inflação à meta”, justificou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.

Estadão Conteúdo

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