Para 2025, que já tem maior peso nas decisões de política monetária, a projeção é de 3,2% – um pouco acima do alvo central de 3,0% para o ano -, também igual à estimativa do Copom de dezembro.
Todas as estimativas já constavam no comunicado da semana passada, quando o Copom continuou o ciclo de corte da Selic (a taxa básica de juros) com queda de 0,50 ponto porcentual, de 11,75% para 11,25% ao ano.
Em relação aos preços administrados, a ata repetiu as projeções já informadas no comunicado 4,2% para 2024 e 3,8% para 2025. Em dezembro, as projeções eram de 4,5% e 3,6%, respectivamente.
O cenário de referência pressupõe a taxa de juros variando de acordo com a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 4,95 (arredondado no documento, conforme explicação do Copom) e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, a premissa é de que o barril de petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado pelos próximos seis meses e sobe a 2% ao ano na sequência. O BC ainda considera a hipótese de bandeira tarifária “verde” na conta de luz para o fim de 2024 e de 2025.
Ritmo apropriado
No comunicado e na ata, o Copom indicou que deve manter o mesmo ritmo de corte de juros nas próximas reuniões. “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.”
O colegiado mais uma vez não determinou a duração do ciclo de afrouxamento dos juros básicos e repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução de alguns elementos. São eles: “a evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
O Copom repetiu que a conjuntura atual é caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador. Por isso, o colegiado pregou novamente serenidade e moderação na condução da política monetária.
“O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, reiterou o documento.