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Economia

Polishop, Ponto e Imaginarium lideram fechamento de lojas em shoppings

A companhia registrou um total de R$ 8,7 bilhões em empréstimos e financiamentos no segundo trimestre deste ano

Redação Jornal de Brasília

02/10/2023 19h45

Foto: Agência Brasil

STÉFANIE RIGAMONTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Empresas do varejo seguem fechando lojas físicas para estancar a crise, em um momento crítico para o comércio brasileiro. Segundo levantamento do Bank of America, em agosto, os shopping centers brasileiros tiveram saldo líquido negativo, com 127 lojas fechadas.

O resultado vem após um julho com saldo positivo, quando houve abertura líquida de 82 lojas. O levantamento foi feito junto a 146 shopping centers espalhados pelo Brasil e operados pelas principais empresas do setor, como Multiplan, Iguatemi, Allos (novo nome após fusão da Aliansce Sonae e brMalls).

No topo da lista das companhias com mais lojas fechadas no terceiro trimestre está a Polishop, que encerrou nove estabelecimentos em agosto, seguido pelo Ponto, Imaginarium e Puket, todas com cinco lojas fechadas cada entre julho e agosto, e Saraiva, com quatro portas fechadas em agosto.

O Ponto integra o Grupo Casas Bahia, que enfrenta sério problema de endividamento e que recentemente anunciou mudanças em sua operação, apelando para um retorno às suas origens, com foco na venda de móveis e eletrodomésticos. A companhia registrou um total de R$ 8,7 bilhões em empréstimos e financiamentos no segundo trimestre deste ano.

Já as franquias Imaginarium e Puket fazem parte do grupo Uni.co, no qual a Americanas passou a deter participação de 70% em abril de 2021. No plano de recuperação judicial da Americanas, contudo, está prevista a venda dessa participação no grupo. A companhia está com um rombo bilionário em suas contas, que foi revelado após denúncia de inconsistências em seus balanços, o que posteriormente a empresa assumiu como fraude contábil, usada para ocultar o alto endividamento da varejista.

A Polishop, por sua vez, já fechou 150 lojas desde 2020, além de ter feito corte de custos e de pessoal, em meio a uma redução de estrutura para recuperar da crise a empresa de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e produtos para casa. A situação é tão complexa que operadoras de shopping centers chegaram a entrar com ações de despejo contra a empresa devido ao não-pagamento de aluguéis.

Há cerca de duas semanas, a rede de livrarias Saraiva anunciou que fechou as lojas físicas restantes e que vai manter a venda de livros somente pelo site da empresa. Em recuperação judicial desde 2018, a companhia também demitiu seus funcionários.

Outras varejistas em crise e que também passam por processo de reestruturação que figuram entre as empresas com mais lojas fechadas em shopping centers neste ano, segundo o Bank of America, são Camicado (da Renner), Amaro, Marisa Lojas e Tok&Stok.

Na contramão, a rede de joias Vivara lidera pelo lado positivo, com 12 lojas abertas neste ano. Apesar do cenário desafiador, de inflação e endividamento ainda em níveis elevados, a companhia se beneficia do seu público-alvo de alta renda, que costuma ser resiliente ao ambiente macroeconômico adverso.

Com um total de 252 lojas até o final do segundo trimestre, sendo que as lojas físicas correspondem a 81,4% da receita da empresa, a companhia registrou no período lucro líquido de R$ 110 milhões, alta de 23,5% ante igual trimestre do ano anterior.

No mês de agosto, outros destaques positivos foram Carter’s e Natura.

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