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Economia

O amor em tempos de covid-19

Perspectiva de uma grande queda na venda de presentes alarma o comércio do Distrito Federal

Catarina Lima

08/06/2020 5h58

O Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindvarejista) acredita que as vendas do Dia dos Namorados serão 40% menores que no mesmo período do ano passado. “É uma cadeia produtiva, em que o resultado de um segmento depende de outro. Se os restaurantes continuarem fechados, as vendas não serão boas, explicou Sebastião Abritta, vice-presidente do Sindivarejista.

Abritta apontou outro detalhe que contribuirá para as vendas escassas no Dia dos Namorados, que é o fato de o consumidor estar muito cauteloso na hora de comprar. “Além de preferirem permanecer em casa para não correrem risco de contrair o novo coronavírus, as pessoas estão preocupadas em não gastar, temendo perder o emprego ou precisar de recursos para atender uma emergência”, avaliou.

Lockdown

Apesar do aumento significativo do número de casos da covid-19 e da ameaça de novo fechamentos do comércio, até com possível lockdown (isolamento) em algumas regiões, o Sindivarejista ainda espera que nos próximos dias as autoridades locais possam autorizar a abertura dos restaurantes, mesmo que com a redução da quantidade de mesas dos estabelecimentos. “Nós precisamos que a cadeia produtiva seja liberada”, explicou Abritta.

Com relação à possibilidade de lockdown, o vice-presidente do Sindivarejista é contrário, por acreditar não ser possível manter isolada a população de algumas regiões do DF. “O poder público precisa encontrar outras formas de atuar”.

Outro líder do setor que acha que com os restaurantes fechados o Dia dos Namorados será de poucas vendas é o presidente da Federação do Comércio (Fecomércio-DF), Francisco Maia. “As vendas já não estão boas, não será possível fazer promoções, e os restaurantes estão fechados. O fato de os restaurantes estarem fechados será o maior problema para esta data. Este ano o Dia dos Namorados não será bom para o comércio”, previu Maia.

Pessimismo

Cristiane Moura, proprietária da marca 2 Tempos, loja de roupas criada por ela há 30 anos e com cinco unidades no DF, não está otimista para o Dia dos Namorados. “Eu achava que devido ao coronavírus venderia este ano 40% do que vendi no ano passado, mas já vi que não chegarei nem a isso. A minha previsão agora é de que as vendas serão 30% do que foram no Dia dos Namorados de 2019. E este faturamento não cobre sequer os salários dos meus funcionários”.

Cristiane, que é fabricante dos produtos que vende, tem 55 colaboradores, 25 nas lojas e 30 na fábrica. Além da apreensão com o dia 12 de junho, ela está preocupada com o fim da possibilidade da suspensão dos contratos de trabalho dos empregados. “Não sei como vamos fazer”, disse.

A empresária disse também que as lojas de moda nos shoppings contam com outro problema, a proibição por parte das administrações dos empreendimentos de que os consumidores usem os provadores. “Como a pessoa vai comprar se não puder provar a roupa”? A empresária disse que até agora demitiu apenas um funcionário, mas teme não conseguir infelizmente manter a equipe. 

Motéis ainda apostam

Este será o primeiro Dia dos Namorados do Motel Drops, de Brasília. O motel faz parte de uma rede com unidades presentes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná. Apesar da crise no comércio gerada pela pandemia do novo coronavírus, o Drops aposta no sucesso da data e criou até um slogan: “O amor no lugar perfeito”.

De acordo com a assessoria de marketing do Drops, a empresa preparou para o dia 12 de junho um pacote especial com suíte especialmente decorada, reserva de pernoite, com check-in a partir das 18h e check-out até às 12 do dia seguinte.

Para a semana dos namorados – de 9 a 13 de junho – a assessoria da casa recomenda que os interessados providenciem suas reservas antecipadamente. O casal pode escolher decoração especial, com pétalas de rosas, velas e, se quiser, pode pedir o “menu do chef”, que é um cardápio especial. “E a oportunidade de o casal comemorar em local seguro, em que o único contato é com o parceiro”, disse a assessoria da empresa.

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